domingo, 16 de dezembro de 2012

5º Encontro USP-Escola

DIVULGAÇAO DO CURSO DE FÉRIAS. Inscrições no site abaixo http://web.if.usp.br/extensao/node/45 . As disciplinas de janeiro/2013 são: PERÍODO DE 07 A 11 DE JAnEIRO DE 2013 · 5ENC – COMO projetAR E utilizar EXPERIMENTOS DE física EM SALA DE AULA - Prof Fuad PERÍODO DE 14 A 18 DE JAnEIRO DE 2013 · 5ENC – experimentos de Astronomia para o Ensino de Ciências - SPUTINIK · 5ENC – história dos sistemas energéticos e seus impactos ambientais - AMÉRICO KERR · 5ENC – NEUROCIÊNCIAS E educação (BIOLOGIA) - mARCUS bALDO E hAMILTON hADDAD 5ENC – A INSERÇÃO DA física MODERNA NO ensino MÉDIO ATRAVÉS DO ESTUDO DOS ACELERADORES DE PARTÍCULAS - MARCELO MUNHOZ e IVÃ GURGEL · 5ENC - Física - CORRENTE ELÉTRICA – A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO FÍSICO 2ª edição - JESUÍNA PACCA · 5ENC – O ensino DE ciênciaS (química, física, BIOLOGIA) E MATEMÁTICA PARA SURDOS: DA TEORIA À PRÁTICA COM professor BILINGUE OU O INTÉRPRETE DE LIBRAS - Profa Edna Mattos e Jucivagno Silva · 5ENC – o CONCEITO DE MASSA: DE NEWTON A HIGGS - Prof. Manoel Robilotta e Fabiana Kneubi · 5ENC - Química -Módulo 1 – Primeiro Ano do Ensino Médio - Profa. Silvia Maria Leite Agostinho DESCRIÇÃO DOS CURSOS PERÍODO DE 07 A 11 DE JAnEIRO DE 2013 - 5ENC – COMO projetAR E utilizar EXPERIMENTOS DE física EM SALA DE AULA - Prof Fuad 1. Capacitar o docente a projetar e utilizar experimentos em sala de aula, utilizando materiais de fácil obtenção e baixo custo, 2. Contextualizar e problematizar os conteúdos programa ticos através de demonstrações experimentais. 3. Estimular o docente a desenvolver parte de seus cursos através de oficinas experimentais. 4. Estimular os docentes a navegarem em sites da INTERNET que possuem uma grande variedade de sugestões experimentais simples, de fácil confecção e utilização em sala de aula. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- PERÍODO DE 14 A 18 DE JAnEIRO DE 2013 · 5ENC – experimentos de Astronomia para o Ensino de Ciências - SPUTINIK Objetivos: Auxiliar o educador em sua prática em sala de aula na abordagem de conteúdos astronomia. Ofereceremos subsídios e ferramentas para os educadores trabalharem os diversos temas de astronomia oferecidos em livros didáticos, propostas e parâmetros curriculares. Possibilitar uma visão mais profunda dos temas de Astronomia, percorrendo os caminhos de sua história e construção além do estudo de alguns dos fenômenos, nos valendo essêncialmente de atividades práticas. -------------------------- 5ENC – história dos sistemas energéticos e seus impactos ambientais - AMÉRICO KERR Trataremos o conceito físico de energia e sua conservação nas múltiplas transformações que sofre na natureza. A partir daí serão tratados os sistemas energéticos adotados pelos povos ao longo da história e sua inter-relação com as estruturas sociais e de poder dominantes. Destaque especial será dado à discussão do sistema energético predominante hoje, baseado majoritariamente na queima de combustíveis fósseis. Ele tem produzido impactos ambientais profundos, particularmente sobre a saúde humana. Em combinação com a enorme expansão da população humana e em função de um sistema econômico consumista, delineia-se também a possibilidade de estar associado a mudanças climáticas em dimensões globais. ------------------------------------------------------------------ · 5ENC – NEUROCIÊNCIAS E educação (BIOLOGIA) - mARCUS bALDO E hAMILTON hADDAD O curso tem como objetivos: · Promover a divulgação da neurociência de forma coerente com os princípios científicos; · Gerar conhecimentos e torná-los acessíveis aos professores através da formação, com vista à multiplicação de saberes na rede pública junto aos alunos do Ensino Fundamental e Médio; · Divulgar os conhecimentos da neurociência de forma a contribuir para o esclarecimento de ideias equivocadas geradas a partir de apropriações indevidas, que acabam por criar “neuromitos” - ou seja, informações de pouco ou nenhum valor científico, mas que se revestem de aparente cientificidade; · Combater o uso impróprio e antiético do conhecimento neurocientífico, com finalidades comerciais e especulativas; · Possibilitar o alargamento dos horizontes dos neurocientistas por meio do contato com educadores, possibilitando a reflexão sobre sua concepção de educação, bem como o movimento inverso, ou seja, possibilitar que os educadores tenham acesso ao estado da arte das pesquisas neurocientíficas; · Fortalecer a geração de base de pesquisa em neurociência e educação de forma a fortalecer o tripé acadêmico, social e cultural, gerando conhecimentos com grande potencial de aplicação em diferentes áreas. --------------------------------------------------------------------------------------- 5ENC – A INSERÇÃO DA física MODERNA NO ensino MÉDIO ATRAVÉS DO ESTUDO DOS ACELERADORES DE PARTÍCULAS - MARCELO MUNHOZ e IVÃ GURGEL · · A história dos aceleradores de partículas: neste bloco serão apresentados em apresentação multimídia as motivações científicas e os aspectos históricos do surgimentos dos primeiros aceleradores de partículas. Ainda, será elaborado uma discussão mais aprofundada sobre a física nuclear e de partículas no Brasil onde será apresentados trechos do vídeo “Cientista Brasileiros – César Lattes e José Leite Lopes”. Os professores receberão conteúdo em apostila e sugestão de material a ser trabalhado em sala de aula. · A matéria e o átomo: o intuito desta etapa é discutir o surgimento do conceito de átomo e sua relação intrínseca com a idéia de matéria. Este tema será abordado através de aulas expositivas e da análise de textos de divulgação científica à serem trabalhados com os alunos. · Núcleos atômicos: a física nuclear é o tema principal deste bloco, que incluirá tanto aspectos sobre o formato dos núcleos atômicos como algumas pesquisas desenvolvidas dentro do acelerador de partículas Pelletron. Serão convidados pesquisadores do Departamento de Física Nuclear para proferir palestras sobre as principais pesquisas desenvolvidas atualmente no acelerador. · Partículas Elementares: o bloco que se refere à física de partículas constará de aulas teóricas sobre o tema e sugestões de atividades e textos para se trabalhar dentro da sala de aula. Neste contexto, será utilizado o novo material proposto pelo Estado. · Aspectos técnicos do acelerador Pelletron: os professores irão conhecer o acelerador Pelletron, com visita monitorada, onde será proferido uma apresentação sobre o acelerador e alguns aspectos técnicos. Neste projeto desenvolvido por alguns dos ministrantes do curso, também serão abordados os possíveis temas utilizados em sala de aula e que se relacionem ao funcionamento do acelerador como: eletrostática, magnetostática, mecânica, etc. Serão distribuídas apostilas com os conteúdos discutidos na visita e sugestões da atividades para serem feitas em sala de aula. -------------------------------------------------------------------------- 5ENC - Física - CORRENTE ELÉTRICA – A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO FÍSICO 2ª edição - JESUÍNA PACCA Trabalhar o conceito de corrente elétrica através de experimentos realizáveis em uma sala de aula comum, que apresentem efeitos facilmente observáveis permitindo a análise para a compreensão dos fenômenos abordados. Essas atividades serão passíveis de incorporação no planejamento pedagógico do professor. ------------------------------------------------------------------------- · 5ENC – O ensino DE ciênciaS (química, física, BIOLOGIA) E MATEMÁTICA PARA SURDOS: DA TEORIA À PRÁTICA COM professor BILINGUE OU O INTÉRPRETE DE LIBRAS - Profa Edna Mattos e Jucivagno Silva Este curso está sendo estruturado com base nos objetivos a seguir: 1)Contribuir paracom a formação e reflexão sobre os principais desafios, barreiras e perspectivas em relação ao ensino de Ciências para os professores e intérpretes que atuam em salas de aula com alunos surdos; 2)Proporcionar um ambiente de troca entre pesquisadores e professores que trabalham com alunos surdos/deficientes auditivos em escolas inclusivas, Bilíngues e especiais; 3)Promover a reflexão sobre os aspectos socioculturais e linguísticos que devem ser considerados no processo do planejamentos de práticas educacionais relacionadas aos alunos surdos; 4) Discutir aspectos da avaliação, interpretação e transposição didática para o ensino de surdos. ------------------------------ · 5ENC – o CONCEITO DE MASSA: DE NEWTON A HIGGS - Prof. Manoel Robilotta e Fabiana Kneubi O curso tem por objetivo propiciar aos professores do ensino médio um aprofundamento sobre os conceitos de massa e energia, e a resignificação desses conceitos com a relatividade especial. Abordaremos a famosa fórmula de Einstein, E=mc2, aplicada ao cálculo do peso de sistemas ligados (como um átomo de hidrogênio) e em física de partículas, e suas consequências. Além disso, faremos discussões sobre propostas para a sala de aula do ensino médio. -------------------------------------------------------------- · 5ENC - Química -Módulo 1 – Primeiro Ano do Ensino Médio - Profa. Silvia Maria Leite Agostinho · Programa detalhado – Noções sobre segurança no laboratório de Química. Noções sobre algarismos significativos. Operações com desvios. Substâncias e propriedades. Misturas e separações. Transformações Químicas. Energia nas transformações químicas. Estequiometria. Materiais metálicos, plásticos, papel e celulode, materiais cerâmicos. Reciclagem de resíduos domésticos. · Metodologia: Aulas teóricas expositivas, exposição dialogada, experimentos realizados pelos professores-alunos, relatórios dos experimentos, leitura de artigos, aulas de exercícios e troca de experiência entre os professores através de depoimentos." Mordechaj

Divulgação do International Masterclasses

Torne-se Físico por um dia! Analise dados reais do CERN! Nos dias 18 e 19 de Março de 2013, o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) sediará umas das edições brasileiras do evento 9º International Masterclasses (http://www.physicsmasterclasses.org). Esta iniciativa, promovida em colaboração com o laboratório europeu CERN (http://www.cern.ch), tem como objetivo aproximar alunos do ensino médio ao cotidiano dos cientistas que trabalham nesse importante laboratório internacional. Durante o evento, com duração de dois dias, os alunos terão a oportunidade de aprender alguns conceitos fundamentais da Física Nuclear e de Partículas Elementares, disciplinas que estudam a constituição mais elementar da matéria. Além disso, eles poderão visitar as dependências do Laboratório Aberto de Física Nuclear do IFUSP (http://www.dfn.if.usp.br/pagina-lafn/index.html) e analisarão dados reais do experimento ALICE (http://aliceinfo.cern.ch/Public/Welcome.html) do acelerador LHC (http://public.web.cern.ch/public/en/LHC/LHC-en.html), através de um software fornecido pelo próprio CERN. Ao final, os alunos participarão de uma videoconferência global, na qual estudantes de diferentes países apresentarão os resultados da análise realizada (Para detalhes sobre a dinâmica do evento consulte http://sampa.if.usp.br/drupal/masterclasses2012). Para esta edição de Masterclasses , serão selecionados 8 grupos de 3 alunos de diferentes escolas públicas de São Paulo. As inscrições deverão ser feitas pelos professores interessados em levar 3 dos seus estudantes do terceiro ano do Ensino Médio para participar do evento. Todos os professores que ministram aulas de física na rede estadual estão convidados a se inscrever. Para ser selecionado a participar do evento, o professor interessado deverá realizar o curso "A Inserção da Física Moderna no Ensino Médio através do Estudo dos Aceleradores de Partículas", que será ministrado durante o 5º Encontro USP- Escola no período de 14 a 18 de Janeiro de 2013 (inscrições no site http://web.if.usp.br/extensao/). Neste curso, que também pode ser frequentado por professores e estudantes de licenciatura em Física que não pretendem participar do Masterclasses, discutimos aspectos conceituais e didáticos relacionados à Física Nuclear e de Partículas Elementares. Os interessados em participar do Masterclasses devem se inscrever pelo site: (http://sampa.if.usp.br/drupal/masterclasses2013). No mesmo site há maiores detalhes do evento. A seleção das escolas se pautará na formação do docente, sendo privilegiados os licenciados em Física e aqueles cuja formação permitirá a aplicação dessa atividade em sua própria escola, expandindo o alcance desta iniciativa para um número maior de alunos. Mordechaj

sábado, 22 de setembro de 2012

Pesquisadores do Universo

Programa pode ser visto, a partir do próximo sábado (22) e ao longo da semana, pela TV e pela internet. A origem do universo sempre intrigou a humanidade. Na busca de respostas para os fenômenos da natureza quase sempre o inexplicável é atribuído a razões sobrenaturais. Mas para os debatedores deste programa - cientistas por opção e profissão - nada é mais natural que procurar explicações para o desconhecido. Ao examinar o Universo com o auxílio das mais avançadas tecnologias, eles questionam inclusive as teorias que já pareciam solidificadas, como a que atribuía a origem de tudo a uma grande explosão, o big bang. Comentam das mais recentes descobertas e explicam a expansão acelerada, que pode vir ser o fim de tudo. Participantes - Jaime Fernando Villas da Rocha, doutor em astronomia, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional da Comissão de Ensino da Sociedade Astronômica Brasileira. Martin Makler, doutor em física na área de cosmologia, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Nelson Pinto Neto, doutor em física e pesquisador titular do CBPF, com pós-doutorado na Universidade Pierre et Marie Curie, na França. Maurício Ortiz Calvão, com pós-doutorado em física na Universidade California Berkeley, nos Estados Unidos, é professor da Universidade do Estado Rio de Janeiro (UFRJ). Na TV Câmara de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 da TVA), às 13 horas dos domingos e 15 horas das segundas, com reprises durante a programação - Na RTV Unicamp, da Universidade Estadual de Campinas (canal 10 da Net Campinas), às 15 horas dos sábados, 21 horas dos domingos, às 15 horas das terças e às 24 horas das quintas-feiras, além da internet (www.rtv.unicamp.br). Ref: http://www.jornaldaciencia.org.br/

domingo, 26 de agosto de 2012

PORTAL DA USP

A USP lançou em maio um portal que já reúne 800 videoaulas, produzidas por seus professores, nas áreas de Exatas, Humanas e Biológicas. Os interessados podem assistir tanto a aulas isoladas como a disciplinas inteiras, mas sem direito a qualquer tipo de certificado. O Portal e-Aulas USP (www.eaulas.usp.br) foi inspirado em projetos semelhantes de universidades como Harvard,Princeton e MIT http://www.eaulas.usp.br/portal/home

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SPRACE - São Paulo Regional Analysis

O Estudo da Física de Altas Energias investiga os constituintes elementares da matéria e as interações fundamentais.Os membros do Sprace colabaram com alguns dos principais experimentos da àrea realizados em aceleradores de partículas como o HLC (Large Hadron Collider)ligado ao Cern ( Centro Europeu de Pesquisa Nuclear),na Suiça e o acelerador Tevatron ,do Laboratório Fermi, no EUA. SPRACE tem um forte compromisso com o ensino pois é financiado pela FAPESP. A primeira iniciativa foi elaborar um cartaz com informaões básicas sobre a constituição da matéria, nos níveis atômico e subatômico.O projeto ,lançado em 2008,chamava-se "Estrutura elementar da matéria:um cartaz em cada escola". Este ano desenvolveu um game que tenta popularizar o assunto e aumentar o conhecimento de estudantes sobre a matéria. O Físico Sérgio Novaes do IFT ( Instituto de Física Teórica) da Unesp,bolou um game sobre física de partícula. Legal o jogo: partículas fundamentais da física são alvo de nave espacial nanométrica .É divertido , vc participa ao pilotar uma nave espacial e capturar com um canhão partículas subatômicas , levá-las a um laboratório para análise.Conforme vc vai jogando vai aprendendo inclusive a manusear o mouse para pilotar a nave e atirar com o canhão . Clicando a tecla F1 vc segue as tarefas e vai se familiarizando com os neutrinos,tau, muon ,leptron ...quarks. Também é possível consultar a tabela periódica dos elementos,rever conceitos de quantidade de movimento , e a lei da ação e reação Vamos então ao jogo que esta disponível desde maio http://www.sprace.org.br/SPRACE/sprace-game

domingo, 27 de maio de 2012

Rio+20: ONU lista 56 recomendações para um mundo sustentável

Documento apresentado no Rio foi preparado por 22 especialistas convocados pelas Nações Unidas.


A ONU lançou, na última sexta-feira (18), no Rio, a versão em português de um relatório com 56 recomendações para que o mundo avance em direção ao desenvolvimento sustentável. O documento, elaborado por 22 especialistas ao longo de um ano e meio, traz sugestões mais ousadas do que aquelas que devem ser acordadas na Rio+20, a conferência da ONU sobre o tema que ocorre em junho na cidade.

Entre as propostas estão o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a precificação do carbono, com a cobrança, por exemplo, de impostos sobre as emissões de gases do efeito estufa. Espera-se assim estimular a disseminação de tecnologias verdes. "É um relatório com frases e recomendações muito diretas", diz o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20.

Para ele, o documento final do encontro de cúpula da ONU deverá trazer formulações "mais sóbrias".

Outras medidas sugeridas são a criação de um fundo apoiado por governos, ONGs e empresas para garantir acesso universal à educação primária até 2015 e a inclusão dos temas consumo e desenvolvimento sustentáveis nos currículos escolares.

As recomendações são divididas em três grupos, de acordo com seus objetivos principais. O primeiro visa a capacitar as pessoas a fazerem escolhas sustentáveis; o segundo, a tornar a economia sustentável; e o terceiro, a fortalecer a governança institucional para o desenvolvimento sustentável.

"As pessoas participaram desse painel a título pessoal, ou seja, elas não estavam representando governos. Isso dá mais força [ao documento], porque o painel pode dizer certas coisas que não são consenso [entre os mais de 190 países da ONU]", diz Corrêa do Lago.

O coordenador do relatório, porém, disse esperar que as recomendações sejam levadas em consideração pelos negociadores da Rio+20. Janos Pasztor citou o estabelecimento de metas numéricas para o desenvolvimento sustentável como uma sugestão que pode ser adotada no curto prazo. O tema está em discussão na Rio+20.

A ex-primeira-ministra da Noruega Gro Brundtland, considerada "mãe" do conceito de desenvolvimento sustentável, participou da elaboração do relatório.

O documento completo pode ser acessado pelo link www.onu.org.br/docs/gsp-integra.pdf.
(Folha de São Paulo - 19/5)

Tema em discussão - Energia nuclear e meio ambiente

JC e-mail 4501, de 21 de Maio de 2012. 
A edição do jornal O Globo do dia  21 de maio de 2012 traz duas opiniões opostas sobre a relação entre energia nuclear e meio ambiente.




Equilíbrio, opinião do jornal

O desastre com os reatores de Fukushima, causado pelo terremoto e tsunami de março do ano passado, abalou a indústria nuclear, e muitos países, inclusive o próprio Japão, colocaram sob suspeição o uso de fonte nuclear para a produção de energia. Desdobramento compreensível, pois, no mínimo, era necessário entender o que provocara, nas minúcias técnicas, a perda de controle do complexo de usinas. Vários planos de expansão de geração termonuclear foram revistos no mundo, inclusive no Brasil, com a postergação de algumas unidades previstas para até 2020. Estabeleceu-se um novo prazo, para dez anos mais adiante (2030).

Em tempos de discussões sobre clima, Código Florestal e na contagem regressiva para a conferência da Rio+20, inevitável o assunto voltar ao debate. O Brasil conta com as duas usinas de Angra e constrói uma terceira, no mesmo local. O peso do parque de Angra é pequeno em termos nacionais, mas ajuda a sustentar o fornecimento ao Rio nas horas de pique.

O debate só faz sentido se considerar todos os aspectos envolvidos na questão. O meio ambiente, claro, é um deles, e dos mais importantes. Outro, a crescente necessidade de energia de um país dono de uma das sete maiores economias do planeta, e que pretende crescer a uma média anual de 5%. Para se ter uma ideia do que isso significa: a esta velocidade de expansão, o Brasil precisará, a cada ano, de uma quantidade adicional de energia equivalente a uma Belo Monte, hidrelétrica em construção no Rio Xingu.

Conhecido por ter um dos maiores potenciais de geração por hidrelétricas, a mais limpa fonte de energia, o Brasil costuma ser visto como um país sem maiores gargalos energéticos à frente. Não é tão simples assim.

Dos estimados 160 mil MW (ou 160 GW) deste potencial, metade já é explorada. Este número, isolado, alimenta otimismo. Porém, como as melhores alternativas de geração próximas ao mercado consumidor já são utilizadas (Sudeste, Sul), as melhores possibilidades de expansão do sistema de hidrelétricas estão distantes, ao Norte. Caso de Belo Monte.

Há problemas específicos nesta nova fronteira de produção de energia. Talvez o mais grave seja o ambiental. O licenciamento da usina do Xingu saiu em meio a conflitos e escaramuças sérias dentro da máquina burocrática. Tudo indica que a resistência política à exploração dos rios amazônicos será crescente. Há a alternativa de construção de usinas-plataformas: seriam construídas em clareiras, depois deixadas para trás, apenas com o pessoal necessário à operação das turbinas. Imita a exploração de petróleo no mar.

Seja como for, com o veto a grandes reservatórios, para evitar a inundação de grandes áreas - cuidado razoável -, as usinas no Norte não poderão utilizar todo o potencial de geração dos rios.

Como não faz qualquer sentido sequer pensar em conter o crescimento da economia de um país com enormes déficits sociais, a questão é saber quais serão as fontes alternativas de energia. Carvão e gás são poluidores, embora a tecnologia possa reduzir os danos. E são recursos finitos. A energia eólica é promissora, mas é difícil imaginar todo um parque industrial na dependência da relativa incerteza dos ventos.

A energia nuclear surge, então, como uma alternativa a não ser descartada. É preciso, de fato, entender o que houve no Japão (há confiáveis relatos de graves erros técnicos cometidos pelos japoneses). Mas não existe outra fonte energética tão promissora quanto a nuclear. Até do ponto de vista ambiental.

Irracionalidade, opinião de Ricardo Baitelo, doutor em planejamento energético e trabalha na campanha de clima e energia do Greenpeace, e de Sérgio Leitão, diretor da organização

A iniciativa do governo de adiar a construção de quatro reatores para depois de 2021, considerando a abundante oferta de energia eólica e hidrelétrica do País, abre espaço para o Brasil abandonar a opção nuclear. E deixa o Rio de Janeiro, o estado que mais depende desse tipo de energia, livre para exigir de Brasília fontes renováveis para movimentar a sua economia.

A geração nuclear contribui com 23% da energia consumida pelo estado. Este índice pode virar zero. A capacidade de geração energética de painéis espalhados por 5% da capital, por exemplo, supriria 100% da demanda fluminense. No Brasil como um todo, essa situação se repete: energia nuclear supre menos do que 2% de nossas necessidades, a um preço extorsivo se comparado às outras fontes de geração.

O próprio Ministério de Minas e Energia, em suas estimativas sobre o potencial de geração eólica do País, aponta para a insensatez de qualquer investimento em nuclear. Sozinhos, os ventos seriam capazes de produzir 143 gigawatts, dez vezes mais do que gera a usina hidrelétrica de Itaipu - a maior do Brasil.

O País estará entre os dez maiores produtores mundiais de energia eólica em 2013, e o custo de geração praticado no Brasil é o mais econômico do mundo. Anualmente, são contratados cerca de 2 mil MW, mais do que a capacidade instalada de Angra 1 e 2. Com tantos motivos para o governo investir em fontes renováveis de energia, insistir na construção de Angra 3 é igualmente um erro.

Angra 3 é um poço de problemas e indefinições. A segurança é preocupante. O projeto prevê uma parede para encapsular seu reator medindo apenas 60 centímetros. A da usina alemã que lhe serviu de modelo tem o dobro da espessura. Quanto à população no entorno, continua sem uma rota alternativa de fuga no caso de acidentes.

A readequação do projeto a novas medidas de segurança pós-Fukushima acrescentaria R$ 300 milhões ao valor total da obra, estimado em mais de R$ 10 bilhões. Por conta dessas e outras brechas no projeto de Angra 3, a Alemanha anunciou que não pretende liberar a Garantia Hermes, fiança que garantiria o financiamento de US$ 1,3 bilhão de bancos franceses para a construção da usina.

Enquanto o governo tenta descobrir como fechar a conta de Angra 3, o potencial energético da cana-de-açúcar, de 14 mil megawatts, está abandonado nos canaviais. E o governo força a construção de Angra 3, com tecnologia importada de países que hoje a desprezam.

A Alemanha decidiu desligar todos os seus reatores até 2022. Na França, o novo governo pretende reduzir a participação nuclear em sua matriz energética até 2025. Depois de Fukushima, o Japão reavaliou seus planos de expansão nuclear, desligou seus 54 reatores e estuda maneiras de manter esse status, com novos hábitos de consumo e uma matriz elétrica diversificada.

Fukushima trouxe duas lições para o Brasil. O país adiou o investimento em novas usinas nucleares e o ministro Edison Lobão parou de dizer que tinha planos de ver 50 mamutes radioativos construídos até 2050. É um alívio, mas pequeno. É em nossa capacidade de geração a partir de fontes renováveis que está o nosso futuro.

Ciência é novo tema de concurso do Festival do Minuto



JC e-mail 4501, de 21 de Maio de 2012


As inscrições vão até o dia 27 de outubro.


Ciência. É só pensar no termo que já vem à cabeça um laboratório, um rato para experiências e um cientista maluco de avental branco? Pois ciência é muito mais do que essa visão estereotipada, já que nos deparamos com ela nas mínimas coisas do dia a dia - da lâmpada elétrica ao telefone celular, do banho quente aos tratamentos de saúde, da conservação ambiental ao uso da internet. Por isso, o termo pode trazer inúmeras ideias para criar belos vídeos de um minuto. É no que aposta o novo concurso do Festival do Minuto.

Mas, afinal, o que é ciência? Mesmo que sua definição seja bastante abrangente, podemos dizer que ciência é o resultado do esforço humano para aumentar o que se sabe sobre determinado assunto com base em um método científico, ou seja, na observação, no questionamento e no raciocínio lógico. É desse conhecimento que resultam boa parte das descobertas e das invenções. Em resumo, ciência também é resultado da nossa criatividade.

Por isso, para participar do festival, nada melhor do que deixar a imaginação fluir sobre qualquer ciência, seja ela exata, humana ou sobre a vida. Ciência da computação, engenharia, física, matemática, química, zootecnia, botânica, biologia, antropologia... E, como sempre, valem vídeos de 60 segundos em qualquer formato: filmes de animação, vídeos feitos com câmeras digitais, celular, ipad etc. O que vale, mais uma vez, é a criatividade. O concurso segue aberto a pessoas de todas as idades, com inscrições até o dia 27 de outubro.

Festival - O Festival do Minuto foi criado no Brasil, em 1991, e propõe a produção de vídeos com até um minuto de duração. É, hoje, o maior festival de vídeos da América Latina e também o mais democrático, já que aceita contribuições de amadores e profissionais, indistintamente. A partir do evento brasileiro, o Festival do Minuto se espalhou para mais de 50 países, cada um com dinâmica e formato próprios. O acervo do Minuto inclui vídeos de inúmeros realizadores que hoje são conhecidos pela produção de longas-metragens, como os diretores Fernando Meirelles (Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel), Beto Brant (O Invasor, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios) e Tata Amaral (Um Céu de Estrelas, Antônia).

Para saber mais, acesse www.festivaldominuto.com.br.
(Assessoria de Imprensa Festival do Minuto)

Cotas raciais - quem ganha, quem perde? Artigo de José Goldemberg


7. Cotas raciais - quem ganha, quem perde? Artigo de José Goldemberg
JC e-mail 4501, de 21 de Maio de 2012.
José Goldemberg é professor emérito da Universidade de São Paulo. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de hoje (21).

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente, por unanimidade, que a introdução de cotas raciais no acesso às universidades públicas federais não viola a Constituição da República, seguindo a linha adotada nos Estados Unidos há algumas décadas de introduzir "ações afirmativas" para corrigir injustiças feitas no passado. A decisão flexibiliza a ideia básica de que todos são iguais perante a lei, um dos grandes objetivos da Revolução Francesa.

Ela se origina na visão de que é preciso aceitar a "responsabilidade histórica" dos malefícios causados pela escravidão e compensar, em parte, as vítimas e seus descendentes. A mesma ideia permeia negociações entre países, entre ex-colônias e as nações industrializadas, na área comercial e até nas negociações sobre o clima.

Sucede que, de modo geral, "compensar" povos ou grupos sociais por violências, discriminações e até crimes cometidos no passado raramente ocorreu ao longo da História. Um bom exemplo é o verdadeiro "holocausto" resultante da destruição dos Impérios Inca e Asteca, na América Latina, ou até da destruição de Cartago pelos romanos, que nunca foram objeto de compensações. Se o fossem, a Espanha deveria estar compensando até hoje o que Hernán Cortez fez ao conquistar o México e destruir o Império Asteca.

É perfeitamente aceitável e desejável que grupos discriminados, excluídos ou perseguidos devam ser objeto de tratamento especial pelos setores mais privilegiados da sociedade e do próprio Estado, por meio de assistência social, educação, saúde e criação de oportunidades. Contudo, simplificar a gravidade dos problemas econômicos e sociais que afligem parte da população brasileira, sobretudo os descendentes de escravos, estabelecendo cotas raciais para acesso às universidades públicas do País, parece-nos injustificado e contraprodutivo, porque revela uma falta de compreensão completa do papel que essas instituições de ensino representam.

Universidades públicas e gratuitas atendem apenas a um terço dos estudantes que fazem curso superior no Brasil, que é uma rota importantíssima para a progressão social e o sucesso profissional. As demais universidades são pagas, o que prejudica a parte mais pobre da população estudantil. Essa é uma distorção evidente do sistema universitário do País. Mas o custo do ensino superior é tão elevado que apenas países ricos como a França, a Suécia ou a Alemanha podem oferecer ensino superior gratuito para todos. Não é o nosso caso. Essa é a razão por que existem vestibulares nas universidades públicas, onde a seleção era feita exclusivamente pelo mérito até recentemente.

A decisão recente do Supremo Tribunal Federal deixa de reconhecer o mérito como único critério para admissão em universidades públicas. E abre caminho para a adoção de outras cotas, além das raciais, talvez, no futuro.

Acontece que o sistema universitário tem sérios problemas de qualidade e desempenho, como bem o demonstra o resultado dos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - garantia da qualidade dos profissionais dessa área -, que reprova sistematicamente a maioria dos que se submetem a ele, o mesmo ocorrendo com os exames na área médica.

Órgãos do governo como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, ou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, têm feito esforços para melhorar o desempenho das universidades brasileiras por meio de complexos processos de avaliação, que têm ajudado, mas não se mostraram suficientes.

Esses são mecanismos externos às universidades. Na grande maioria delas, os esforços internos são precários em razão da falta de critérios e de empenho do Ministério da Educação, que escolhe os reitores, alguns dos quais, como os da Universidade de Brasília, iniciaram o processo de criação de cotas raciais como se esse fosse o principal problema das universidades e do ensino superior no Brasil.

O populismo que domina muitas dessas universidades, há décadas, é a principal razão do baixo desempenho das universidades brasileiras na classificação mundial. Somente a Universidade de São Paulo (USP) conseguiu colocar-se entre as melhores 50 nesse ranking.

O problema urgente das universidades brasileiras é, portanto, melhorar de nível, e não resolver problemas de discriminação racial ou corrigir "responsabilidades históricas", que só poderão ser solucionadas por meio do progresso econômico e educacional básico.

O governo federal parece ter tomado consciência desse problema ao lançar o programa Ciência sem Fronteiras, que se propõe a enviar ao exterior, anualmente, milhares de estudantes universitários, imitando o que o Japão fez no século 19 ou a China no século 20 e foi a base da modernização e do rápido progresso desses países.

Daí o desapontamento com a decisão da Suprema Corte não só por ter sido unânime, mas também por não ter sido objeto de uma tomada de posição de muitos intelectuais formadores de opinião, exceto notáveis exceções, como Eunice R. Durham, Simon Schwartzman, Demétrio Magnoli e poucos outros que se manifestaram sobre a inconveniência da decisão.

O único aspecto positivo na decisão do Supremo Tribunal Federal foi o de que simplesmente aceitou a constitucionalidade das cotas raciais, cabendo aos reitores, em cada universidade, adotá-las e implementá-las.

Há aqui uma oportunidade para que os professores mais esclarecidos assumam a liderança e se esforcem para manter elevado o nível de suas universidades sem descuidar de tornar o acesso pelo mérito mais democrático, e sem a adoção de cotas raciais, como algumas universidades estaduais de São Paulo estão fazendo.

* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

FOTOS DO HUBBLE TELESCÓPIO




http://www.space.com/10689-hubble-space-telescope-photos.html

Vídeos produzidos por alunos do MIT ensinam conceitos básicos de ciência




http://blogs.estadao.com.br/ciencia-diaria/videos-produzidos-por-alunos-do-mit-ensinam-conceitos-basicos-sobre-ciencia/

Brasil não deve ter nova usina nuclear até 2021

JC e-mail 4493, de 09 de Maio de 2012. 


Estudo revela que energia solar já é viável no País.


O Brasil não prevê novas usinas nucleares até 2021, anunciou ontem (8) o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Segundo ele, no plano decenal que compreenderá o período encerrado naquele ano não está prevista nenhuma outra central além de Angra 3, em fase de construção em Angra dos Reis, município no litoral sul do estado do Rio.

"As informações que tenho tido é que o plano de 2021 não vai considerar [novos projetos nucleares]. Vamos esperar para ver os outros [planos]", declarou Zimmermann após participar do 9.º Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase).

Já no plano que considera o horizonte até 2030, o governo prevê espaço para a construção de quatro a oito centrais nucleares. Para sair do papel, uma usina leva, em média, seis anos a partir do início da construção. Mas, segundo Zimmermann, antes de o governo tomar a decisão de construí-la, é necessário mais tempo para a discussão do projeto. "O novo programa nuclear implica em outra discussão, como o tipo de central que vamos usar, qual será a tecnologia", afirmou.

Ele comentou que, depois do acidente ocorrido na usina japonesa de Fukushima, no ano passado, aumentou a preocupação do setor com a questão da segurança, o que tornou mais complexo o processo de implantação de novas plantas nucleares.

Atraso - Os reflexos do desastre ocorrido no Japão foram sentidos no programa nuclear brasileiro. No começo do ano, o assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, admitiu que o plano do governo para a construção de novas usinas atrasará em até 18 meses por causa do acidente de Fukushima.

Na ocasião, Guimarães lembrou que a tragédia, decorrente de terremoto e maremoto que devastaram a região da usina nuclear, ocorreu no momento em que o Brasil se preparava para levar adiante seu projeto nuclear. A coincidência criou um ambiente desfavorável perante a opinião pública.

Sobre as concessões de usinas hidrelétricas que vencerão a partir de 2015, Zimmermann afirmou que o governo ainda não decidiu se as colocará novamente em leilão ou se optará pela renovação dos contratos. "Desde 2008, estamos estudando [a solução a ser adotada]. Estamos dentro do prazo", disse o secretário executivo, sem revelar quando a decisão a respeito do assunto será tomada.

De acordo com Zimmermann, entre 2015 e 2017 expirarão as concessões de hidrelétricas responsáveis pela geração de 20 mil MW. Ele defendeu como prioritária a participação das hidrelétricas na matriz energética brasileira e como fator de desenvolvimento, apesar das críticas de alguns países. "Não imagine que você vá desenvolver a África instalando placas solares. Em países com nível mais baixo de desenvolvimento é preciso projetos estruturantes."

Energia solar - A geração e o uso residencial da energia solar já são economicamente viáveis em algumas áreas do País, aponta estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que será entregue ao Ministério de Minas e Energia na semana que vem.

Segundo o presidente do EPE, Mauricio Tolmasquim, o documento indica possíveis medidas de incentivo ao setor, entre as quais isenção de impostos e instrumentos de financiamento. "Mostramos áreas que são e não são competitivas [para energia solar]", disse o executivo depois de participar do 9.º Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase).

Sem revelar quais são as regiões, Tolmasquim explicou que, uma vez que nelas o custo da energia em geral é mais elevado, a geração solar descentralizada (obtida por painéis fotovoltaicos instalados nas residências) acaba compensando.

Sobre a geração centralizada, em parque de energia solar, Tolmasquim disse que projetos desse tipo precisariam de leilão específico. Segundo o executivo, uma disputa pela energia solar poderia dar "massa crítica" ao setor, o que impulsionaria seu desenvolvimento. Nesse caso, apenas uma quantidade pequena desse tipo de energia deveria ser contratada, para evitar que os preços ainda elevados tenham impacto sobre as tarifas.

O presidente da EPE também disse acreditar que a permissão de um leilão específico para energia solar "abriria a porteira" para que representantes de outras fontes também requisitem disputas específicas, o que o governo pretende evitar.

O crescimento do número de projetos de energia alternativa deve fazer com que a participação da energia hidrelétrica na matriz energética brasileira caia, nos próximos dez anos, de 75% para 67%, de acordo com as previsões do presidente da EPE.
(O Estado de São Paulo)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Museu de Ciências da Terra participa da 10ª Semana Nacional de Museus

JC e-mail 4492, de 08 de Maio de 2012.

Como parte do evento anual proposto pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), cujo tema deste ano é "Museus em um Mundo em Transformação", o Museu de Ciências da Terra preparou-se especialmente para o evento, com atividades que ligam sua abordagem científica ao tema sugerido pelo Ibram, e desenvolveu o assunto "Terra em Transformação". A 10ª Semana Nacional de Museus será realizada entre 14 e 20 de maio.

Durante a semana, o museu realiza a exposição "Conhecer o Passado, para Entender o Presente e Construir o Futuro". A mostra trará instalações com painéis e fósseis mostram a transformação da Terra ao longo do tempo geológico. A exposição ficará aberta das 10h às 16h e a entrada é gratuita.

No dia 14 de maio, o museu promove a palestra "Bacia do Araripe - exemplo de um mundo em transformação", que será ministrada por Alexander Kellner, do Museu Nacional/UFRJ. Ele apresentará, por meio do estudo dos fósseis, as modificações dos ecossistemas atuais e do passado. A palestra acontece às 16h e a entrada é gratuita.

O museu ainda realiza visitas guiadas por seu acervo de minerais, rochas e fósseis, que registram as transformações da Terra, incluindo acervo bibliográfico, com obras que embasam as pesquisas e o conhecimento científico. Mais informações e agendamento de grupo podem ser feitos pelo telefone (21) 2295-7596. O Museu de Ciências da Terra fica localizado na avenida Pasteur 404, Urca, Rio de Janeiro.
(Informações do Museu de Ciências da Terra)

Rio+20 e o Código Florestal, artigo de Antonio Delfim Netto

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Artigo publicado no Valor Econômico de hoje (8).


Aparentemente, o primeiro a sugerir que o aumento da concentração de dióxido de carbono (o famoso CO2) poderia ser responsável pelo aumento da temperatura terrestre, foi o químico sueco Svante Arrthenius num artigo publicado em 1896. Nos últimos 116 anos sua hipótese tem sido discutida e escrutinizada de todas as formas, sem que se tenha chegado a uma conclusão definitiva. Há, também, sérias dúvidas sobre a origem do aquecimento: se produto da evolução natural do sistema físico cíclico que controla a Terra ou se produto da atividade humana (efeito antropogênico).

A discussão escapou da área "científica", onde tudo se resolve pela procura de "evidências controladas que podem ser repetidas", para o campo da "ideologia", estimulada por suas consequências sobre a atividade privada que procura a "maximização do lucro". Da mesma forma que a indústria de cigarros induz a construção de evidências "científicas" que seu produto não é um fator estimulador do câncer no pulmão, ou pelo menos, que "há dúvida razoável" sobre essa causalidade, setores altamente geradores de CO2 (energia a carvão ou petróleo), que produzem externalidade negativa cuja correção exige uma intervenção da sociedade através de um estado regulador forte, tentam criar, pelo menos, controvérsias.

No nível das conversas diplomáticas, a ONU estimulou a conferência sobre o clima em Estocolmo em 1972, que tem sido regularmente repetida em cada década 1982 (Nairóbi); 1992 (Rio); 2002 (Joanesburgo, Rio+10) e 2012 (Rio+20). Em 1997 nada menos do que 160 nações aderiram ao Protocolo de Kyoto, rapidamente desmoralizado por críticas de toda natureza.

Os resultados práticos de tais reuniões têm sido pífios. Entre 1880 e 2010 a temperatura média da Terra revelou grande variação, mas a sua tendência tem sido a de crescimento. Aumentou em torno de 0,0042 grau centígrado ao ano entre 1880 e 1980 e acelerou-se para nada menos do que 0,0135 entre 1980 e 2010. Nos últimos 130 anos o aquecimento da Terra foi de quase 1%, mas é difícil discernir se devido aos movimentos "naturais" ou do efeito antropogênico. Se considerarmos o pequeno espaço de tempo decorrido, é muito provável que o grosso do efeito seja mesmo derivado do aumento da atividade industrial do homem.

Isso impõe uma grande responsabilidade à Rio+20, da qual se deve esperar compromissos firmes para a mudança "verde" na produção de combustíveis e no esforço recobrado em tecnologias que reduzem a quantidade de energia por unidade de PIB. Apenas para dar um exemplo, a China, que desde 2006 é a maior poluidora internacional (é muito rica em carvão), consome 2,5 vezes a energia por unidade de PIB com relação à média mundial e 4,5 vezes a consumida pelos países da OCDE. Apesar de todo seu esforço antipoluidor, sendo a maior consumidora de energia por unidade do PIB, sendo o aumento de sua energia produzida pelo carvão e tendo a maior taxa de crescimento do PIB, é pouco provável que mesmo com um esforço gigantesco ela venha a contribuir significativamente para o objetivo de 2050. O mesmo acontece com os EUA.

A situação é ainda mais complicada quando consideramos que 16 cientistas publicaram no início deste ano um manifesto sob o título "Não há necessidade de pânico sobre o aquecimento global" ("The Wall Street Journal", 26/1/2012) afirmando que não há "evidência incontroversa que esteja havendo um aquecimento global" e que "não há prova que o CO2 seja um poluente". Sugerem que podemos esperar mais 50 anos para ver como as coisas ficam! E como se faltasse "ruído", o ganhador do prêmio Nobel de Física, professor Ivar Giarver, democrata, apoiador de Obama, pediu desligamento, em setembro de 2011, da prestigiosa American Physical Society (APS), por não concordar com uma resolução onde ela afirmou o contrário do que está dito acima. Isso mostra o nível de paixão despertado por uma questão que deveria ser resolvida com fria objetividade apelando, pelo menos, para o princípio da precaução, diante das terríveis consequências do aumento do aquecimento terrestre se ele vier acontecer. Mais dramático, ainda, foi o recente reconhecimento do célebre catastrofista James Lovelock (o criador da hipótese Gaia: a Terra é um organismo vivo) que o clima contrariou, desde 2000, todas as suas previsões e que "é necessário mais estudos para entender o futuro do planeta".

O mesmo fenômeno, num nível diferente, explica a enorme disputa que cercou o Código Florestal aprovado no Congresso. Um discurso de surdos. O lado mais vocal defendeu interesses difusos e nem sempre honestos como os patrocinados por algumas ONGs. O outro, com mais poder político no Congresso defendeu, sem sutilezas, seus interesses econômicos concretos. O Código tem pouco a ver com o aquecimento global e a tentativa de misturá-lo com a Rio+20 não ajudará em nada. Ele tem tudo a ver com o uso inteligente de nossos recursos naturais para continuarmos a construir uma economia sustentável e economicamente eficiente, mas não tem nada a ver com a anistia sugerida a quem, deliberada e maliciosamente, infringiu a lei vigente.

O Brasil não fará má figura na Rio+20 devido aos seus esforços. Nela estará representado pela competente e pragmática ministra Izabella Teixeira, mas há sérias dúvidas sobre seus resultados.

* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem a opinião do jornal.

REF:
JC e-mail 4492, de 08 de Maio de 2012.



domingo, 18 de março de 2012

Olimpíada Brasileira de Física 2012

Abertas as inscrições  da OBF 2012 .


Informações -regulamentos  ...

http:www.obf.org.br

Coordenação  Olimpíada brasileira de Física -SP
Instituto de Física  de São Carlos -USP
Prof. Dr. Euclydes Marega Junior

obfisica@ifsc.usp.br

http://olimpiada.ifsc.usp.br/ 
http://olimpiada.ifsc.usp.br/

Special & General Relativity Questions and Answers

 Perguntas e Respostas da Teoria da Relatividade

site traduzido e o original


http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://einstein.stanford.edu/content/relativity/qanda.html


http://einstein.stanford.edu/content/relativity/qanda.html

O que é esta Força que chamamos de Gravidade ?

http://translate.googleusercontent.com/translate_c?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&rurl=translate.google.com&twu=1&u=http://www.astronomycafe.net/gravity/gravity.html&usg=ALkJrhgDVaOPPfTydMcxhDIkfdrkpxG-3g


http://www.astronomycafe.net/

vídeo de lançamento e chegada do shuttle- ônibus espacial columbia

Boa viagem!!

http://io9.com/5893615/absolutely-mindblowing-video-shot-from-the-space-shuttle-during-launch
http://io9.com/5893615/absolutely-mindblowing-video-shot-from-the-space-shuttle-during-launch

quinta-feira, 15 de março de 2012

II Simpósio Nacional de Educação em Astronomia



       Será realizado no   Instituto de Física, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP)
no período de  24 a 27 de Julho de 2012  )   o  II Simpósio Nacional de Educação em Astronomia (II SNEA).

Inscrições e informações no site abaixo 
 
http://snea.if.usp.br

Asteroide próximo à Terra em 2013

Astrônomos descobrem asteroide que passará próximo à Terra em 2013

Uma equipe de astrônomos descobriu que um asteroide de 50 metros de diâmetro passará muito próximo à Terra em 2013, mas não deverá trazer nenhuma ameaça ao planeta, informou nesta quinta-feira (15) a Agência Espacial Europeia (ESA).

Mais no site  abaixo

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/efe/2012/03/15/astronomos-descobrem-asteroide-que-passara-proximo-a-terra-em-2013.jhtm

quarta-feira, 14 de março de 2012

SITE LEGAL

SEARA DA CIÊNCIA


http://seara.ufc.br/index.htm

Polêmica do clima chega à sala de aula

Depois de anos em que a teoria da evolução foi um dos temas mais polêmicos da educação científica, a mudança climática se tornou a nova batalha nas escolas dos Estados Unidos.

A briga pode piorar em abril, quando várias instituições nacionais divulgarão a proposta para os novos padrões de ensino científico que incluem instruções detalhadas sobre a mudança do clima. Entre os grupos que estão preparando as instruções está o Conselho Nacional de Pesquisa, parte da National Academies, um órgão criado pelo Congresso americano.


O conselho está finalizando um documento iniciado ano passado que diz que a mudança climática é causada parcialmente pelas ações do homem, como a queima de combustíveis fósseis. O documento afirma que a elevação da temperatura mundial pode ter "consequências graves" para o planeta.


A maioria dos cientistas que estudam o clima aceita essa ideia. Mas ela ainda é debatida por alguns cientistas, o que alimenta o conflito entre pais e professores. Os mais céticos dizem que os alunos só estão conhecendo um lado da história. "Acho que no momento não há evidência que justifique tanto alarme", disse Richard Lindzen, professor de meteorologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e um dos maiores críticos das teorias sobre a mudança do clima.


Os pais dos dois lados do debate são muito sensíveis a possíveis problemas na sala de aula. Kimberly Danforth, de 50 anos, disse ter se queixado ao assessor de ciência da escola da filha, quando ficou sabendo que o professor da oitava série fingiu que ia vomitar enquanto falava da mudança do clima. O professor explicou que estava fazendo o papel de advogado do diabo e na verdade acredita nas teorias da mudança climática.

(Valor Econômico)

terça-feira, 13 de março de 2012

sites interessantes

http://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/tirinhas_menu/por_assunto/por_assunto.htm

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html


http://portal.mec.gov.br/

Brasileiros desconhecem a Rio+20. Por quê?

Artigo de Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos, publicado no Correio Braziliense dia 13-03-2012


Pesquisa realizada neste início de ano por uma parceria entre a empresa Market Analysis e a ONG Vitae Civilis mostrou que apenas 11,5% dos brasileiros têm alguma informação a respeito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que vai ocorrer no Rio entre os dias 14 e 22 de junho deste ano.


A pesquisa foi realizada por telefone, em nove capitais, com 806 pessoas de 18 a 69 anos de idade. Dos entrevistados, 4% pertencem à classe A, 29% à B, 49% à C e 18% às classes D e E. Entre todos, apenas 4,4% ouviram "muito" sobre a Rio+20, enquanto 7,1% disseram ter ouvido "alguma coisa". Dos 11,5% que conhecem a Rio+20, 73% se interessam pelos assuntos relacionados ao evento. Os mais mencionados foram desenvolvimento sustentável, economia verde, combate à violência, combate ao tráfico de drogas, Copa de 2014, erradicação da pobreza, meio ambiente (geral) e combate à poluição.

O Rio de Janeiro, onde será realizada a conferência, é a cidade do País em que a população tem mais conhecimento a respeito: 24%. Por que tão pouca gente está interessada na Rio+20?


Na minha opinião, as discussões ocorridas até agora têm focado apenas nas negociações, sem se preocupar em esclarecer a sociedade sobre as mudanças que o evento poderá trazer ao mercado e à vida das pessoas. A mídia também passa ao largo do debate e não provoca os órgãos e entidades envolvidos a dar esses esclarecimentos para, com isso, aumentar o interesse da população e, em consequência, a relevância da conferência para os diversos segmentos da sociedade.


Quais podem ser os impactos da Rio+20? São muitos e requerem profunda reflexão. Por isso, a Conferência Ethos 2012 vai discutir "A empresa e a nova economia - o que muda com a Rio+20", entre os dias 11 e 13 de junho, em São Paulo. Serão analisados em profundidade os temas que vão ser objetos de negociação na Rio+20.


As discussões vão desenhar cenários para verificar o impacto do que poderá ser decidido - e também do que não for decidido - no mercado e na vida das pessoas. Haverá também o aprofundamento das reflexões sobre os temas estruturantes da nova economia e o aperfeiçoamento das propostas de mecanismos que ajudem a internalizar as premissas do desenvolvimento sustentável na economia e na política.


Vamos construir um cenário com duas das propostas em discussão. Suponhamos que a Rio+20 aprove a orientação já estabelecida em seu "rascunho zero" oficial (documento que está orientando as discussões da conferência) de "eliminar gradualmente subsídios que exerçam efeitos negativos sobre o meio ambiente". Uma das consequências dessa decisão seria, por exemplo, políticas econômicas totalmente reformuladas, levando em conta os critérios decididos na Rio+20.



No caso brasileiro, o governo não poderia reduzir o IPI dos carros e da linha branca sem exigir contrapartidas que diferenciassem produtos poluentes de não poluentes. E a indústria, para se beneficiar de isenções e outros incentivos fiscais, precisaria investir numa produção mais verde. O cidadão teria à disposição, por exemplo, carros menos poluentes e geladeiras mais eficientes em consumo de energia, a preços menores.


Se a Rio+20 resolvesse se apresentar como a saída para a crise, então poderíamos imaginar uma transformação radical nos negócios e no nosso modo de vida, pois as premissas do desenvolvimento sustentável norteariam as decisões dos governos e das empresas.


Um dos aspectos mais cruéis do nosso modelo insustentável de civilização é a crise financeira atual, que aumenta a cada nova onda e vai levando consigo a confiança no mercado e nas instituições democráticas, os valores que norteiam as relações humanas e os recursos materiais e naturais das sociedades e do planeta.

Departamento de Física da PUC-Rio abre vaga para especialista técnico

O Departamento de Física do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) acaba de abrir as inscrições para o processo seletivo para a contratação de Especialista Técnico com formação em Física ou Engenharia Eletrônica.

Os candidatos devem possuir experiência com programação em Labview (software utilizado para controle de equipamentos e sistemas de medição) e domínio na utilização de instrumentos de bancada (osciloscópios, multímetros, fontes de potência etc.).

Os interessados devem enviar o currículo para o e-mail pgonzalez@puc-rio.br, com "Especialista Técnico" no campo Assunto. Mais informações pelo telefone (21) 35271006 (Marcela/Patrícia).
(Ascom do CTC/PUC-Rio)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Biblioteca Digital Memória da Cnen: acesso livre na internet

Biblioteca abrange todos os tipos de documentos produzidos desde a década de 50, como artigos de periódicos e conferências, teses e dissertações, relatórios e normas técnicas.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) desenvolveu e disponibilizou na internet a "Biblioteca Digital Memória da Cnen", que reúne a literatura produzida por seus servidores, tanto na área nuclear como fora dela, com foco na preservação do conhecimento institucional. O mecanismo de busca de conteúdo do site permite ao internauta encontrar textos de autores ou assuntos específicos.


O site começou a ser produzido há alguns anos e vem sendo continuamente ampliado e aprimorado. Inicialmente, foi disponibilizado apenas internamente para permitir ajustes necessários. Nesta semana, foi liberado para acesso público no endereço http://memoria.cnen.gov.br. Além das publicações dos servidores, há várias outras informações disponibilizadas. Entre elas, uma cronologia dos principais acontecimentos da energia nuclear, no Brasil e no mundo, o que permite situar a instituição, seu desenvolvimento e suas atividades no contexto histórico.

 O site inclui ainda a legislação do setor nuclear. Leis, decretos, portarias, normas, outros atos legais e demais documentos podem ser pesquisados em sistema de busca próprio. A legislação está classificada por ano de publicação, número do ato legal, assunto, entre outros critérios.


Uma área destinada a informações organizacionais da Cnen traz o perfil da instituição e de suas principais unidades. Os presidentes, tanto o atual, como os que o antecederam, são apresentados com fotografia e breve currículo. Relatórios anuais com informações detalhadas das atividades desenvolvidas estão publicados, abrangendo desde a criação da Comissão, em 1956, até o ano de 2010. Também estão relacionados os diferentes órgãos do Governo Federal aos quais a Cnen já esteve subordinada e as composições de sua Comissão Deliberativa ao longo dos anos.


A Biblioteca, além de contribuir para a preservação do conhecimento institucional, tem também importância para a história da Ciência e Tecnologia do País, na medida em que documenta parte relevante do desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.

(Ascom da Cnen)

CURSO DE ASTRONOMIA SEMI PRESENCIAL

DIVULGAÇÃO

Duração: 7,5 meses (29 semanas, de meados de abril a novembro) A carga horária total é 208 horas
Inscrições devem ocorrer na primeira semana de abril de 2012 (serão abertas 300 vagas).
O curso é gratuito.
Documentos necessários : RG, CPF, Diploma de Ensino Superior, Comprovante de docência.
Maiores informações estarão disponíveis a partir de meados de março em: http://each.uspnet.usp.br/site/extensao-especializacao.php (email: ccex-each@usp.br)
Alguns horários de chat previstos: Seg 14hs; Seg 21:30hs; Ter 9hs; Ter 20hs, Ter 21hs; Qua 17hs; Qua 20hs; Qua 20:30hs; Sex 20hs. (O aluno deverá acessar o chat sempre no mesmo horário, semanalmente).

domingo, 11 de março de 2012

Projeto 'Ciência às Seis e Meia'

Divulgação

O projeto 'Ciência às Seis e Meia' é um ciclo de palestras promovido pela Secretaria Regional da SBPC do Rio de Janeiro, em parceria com o CBPF, que oferece apresentações de divulgação científica ao público leigo. O evento é dirigido a todos que apreciam as ciências, têm interesse de conhecer as questões e os avanços científicos atuais e aos curiosos sobre o mundo em que vivemos.


As palestras ocorrem sempre na primeira quarta-feira do mês às 18h30, com entrada franca. As apresentações também são transmitidas em tempo real pelo site: http://itv.cbpf.br/ciencia_seis_e_meia. Não é necessário software específico, basta usar o navegador.


Mais informações no site: http://www.sbpcrj.org.br/projetosCienciaSeisMeia.shtml.



(Secretaria Regional SPBC/RJ)

TELECURSO -TEORIA DA RELATIVIDADE

http://www.youtube.com/watch?v=8PJ2hhGo6X0    

Pós-Fukushima, artigo de Yukiya Amano

JORNAL DA CIÊNCIA 09-03-2012


Yukiya Amano é diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica. Artigo publicado no Valor Econômico de hoje (9).

A energia nuclear tornou-se mais segura desde o acidente devastador, um ano atrás, em Fukushima, no Japão. Essa forma de energia vai se tornar ainda mais segura nos próximos anos, desde que governos, agências regulamentadoras e operadores de usinas não baixem a guarda.


O acidente em Fukushima resultou de um terremoto e tsunami de gravidade sem precedentes. Mas, como reconheceram as autoridades japonesas, falhas humanas e organizacionais também desempenharam um papel importante.


Por exemplo, a autoridade regulamentadora nuclear japonesa não tinha independência suficiente e a supervisão a que era submetida a TEPCO, operadora da usina, era insuficiente. No local ocupado pela usina de Fukushima, o fornecimento emergencial de energia, essencial para a manutenção das funções vitais de segurança, como o esfriamento dos reatores e das barras de combustível irradiadas, não foi devidamente protegido. O treinamento para reagir a acidentes graves era inadequado. Faltou capacidade de reação emergencial no local e em nível nacional.


Será difícil o mundo alcançar o duplo objetivo de assegurar o suprimento sustentável de energia e a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa, a menos que a energia nuclear continue fazer parte importante da matriz energética mundial


Falhas humanas e organizacionais não são exclusivas ao Japão. Fukushima foi um alerta a todos os países que usam energia nuclear. O acidente provocou um sério exame de consciência e o reconhecimento de que a segurança nunca pode ser tida como certa, em parte alguma. As principais causas do acidente foram identificadas.


Com efeito, governos, agências regulamentadoras e operadoras de usinas ao redor do mundo começaram a aprender as lições certas. Um ano de ação internacional de segurança nuclear está sendo implementado. Por isso, a probabilidade de outro desastre na escala de Fukushima foi reduzida.


O que, exatamente, mudou? Talvez o mais importante, as hipóteses de pior cenário no planejamento de segurança foram radicalmente revistas. Em Fukushima, os reatores resistiram a um terremoto de magnitude 9 - muito mais violento do que sua tolerância projetada. Mas a usina não foi projetada para resistir a ondas de 14 metros de altura, do tsunami que varreu sua muralha protetora menos de uma hora depois.


Na esteira do acidente em Fukushima, as defesas contra vários desastres naturais, entre eles terremotos e tsunamis, estão sendo reforçados em instalações nucleares em todo o mundo. Medidas estão sendo tomadas para melhorar as precauções para enfrentar falta de energia prolongada, proteger as fontes de energia emergenciais e garantir a disponibilidade de água para refrigeração, mesmo sob condições de acidente grave.


Os padrões de segurança nuclear adotados em todo o mundo estão sendo revistos. A capacitação nacional e internacional de reação a emergências estão sendo atualizadas. Operadores e agências regulamentadoras nacionais estão sendo submetidas a crivo mais rigoroso. Países estão abrindo suas usinas as mais numerosas - e mais completas - verificações internacionais de segurança.


Apesar do acidente, o uso mundial da energia nuclear tende a crescer continuamente nos próximos 20 anos, embora a um ritmo mais lento do que previsto anteriormente. As razões para isso não mudaram: a crescente demanda por energia, juntamente com preocupações sobre as alterações climáticas, volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis e segurança do suprimento energético. Será difícil o mundo alcançar o duplo objetivo de assegurar o suprimento sustentável de energia e a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa, a menos que a energia nuclear continue fazer parte importante da matriz energética mundial.


A Agência Internacional de Energia Atômica acredita que até 2030 pelo menos 90 novos reatores nucleares venham se somar aos 437 atualmente em operação em todo o mundo. Embora alguns países tenham abandonado ou reduzido seus planos envolvendo a energia nuclear após o desastre em Fukushima, importantes usuários da energia nuclear, como China, Índia e Rússia, estão seguindo em frente com ambiciosos planos de expansão. Muitos outros países, principalmente no mundo em desenvolvimento, estão considerando a adoção da energia nuclear.


A segurança nuclear é da mais extrema importância, tanto para usuários já estabelecidos como recém-chegados. Isso é importante para os países que decidiram desativar gradualmente suas usinas nucleares porque elas continuarão operando durante décadas, terão de ser desativadas e seus resíduos nucleares deverão ser armazenados de forma segura. E isso é importante para países firmemente opostos à energia nuclear, pois muitos têm vizinhos que operam usinas nucleares.


Os países que planejam novos programas de uso da energia nuclear devem reconhecer que alcançar seus objetivos é um empreendimento que envolve dificuldades de longo prazo. Eles precisam investir tempo e dinheiro no treinamento de cientistas e engenheiros estabelecendo agências regulamentadoras efetivamente independentes e bem financiadas, e implementando a infraestrutura técnica. Alguns países ainda são deficientes nesse aspecto.


No entanto, ao contrário da percepção popular, a energia nuclear tem bom histórico de segurança. Novos reatores que estão sendo construídos incorporam características de segurança significativamente melhoradas, tanto ativas como passivas, em comparação com a geração dos reatores de Fukushima. Mas, para recuperar e manter a confiança pública, governos, agências regulamentadoras e operadoras devem ser transparentes quanto aos benefícios e riscos da energia nuclear - e honestos quando as coisas dão errado.


O fato de que um acidente como o de Fukushima foi possível no Japão, um dos países industrializados mais avançados no mundo, é um lembrete de que, quando se trata de segurança nuclear, nada pode ser tido como garantido. Complacência pode ser fatal. As melhorias de segurança observadas nos últimos 12 meses são apenas um começo. Não podemos voltar a tocar as coisas como habitualmente, à medida que Fukushima se distancia na memória. (Tradução de Sergio Blum)

É preciso correr, adverte a ciência

Artigo do jornalista Washington Novaes publicado no jornal O Estado de São Paulo  9 de março de 2012

Deveria ser leitura obrigatória para todos os governantes, de todos os níveis, todos os lugares, o documento de 22 páginas entregue no último dia 20 de fevereiro, em Nairóbi, no Quênia, aos ministros reunidos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, escrito e assinado por 20 dos mais destacados cientistas que já receberam o Prêmio Blue Planet, também chamado de Prêmio Nobel do Meio Ambiente. Entre eles estão a ex-primeira-ministra norueguesa, Gro Brundtland, coordenadora do primeiro relatório da ONU sobre desenvolvimento sustentável; James Lovelock, autor da "Teoria Gaia"; o professor José Goldemberg, ex-ministro brasileiro do Meio Ambiente; sir Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, consultor do governo britânico sobre clima; James Hansen, do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (Nasa); Bob Watson, conselheiro do governo britânico; Paul Ehrlich, da Universidade Stanford; Julia Marton-Lefèvre, da União Internacional para a Conservação da Natureza; Will Turner, da Conservação Internacional - e vários outros.


Nesse documento os cientistas traçam, com palavras sóbrias e cuidadosas, um panorama dramático da situação do mundo, hoje, em áreas vitais: clima; excesso de consumo e desperdício; fome; necessidade de aumentar a produção de alimentos e escassez de terras; desertificação e erosão; perda da biodiversidade e de outros recursos naturais; subsídios gigantescos nas áreas de transportes, energia, agricultura - e a necessidade de eliminá-los. Enfatizam a necessidade de "empoderamento" das mulheres e de grupos sociais marginalizados; substituir o produto interno bruto (PIB) como medida de riqueza e definir métodos que atribuam valor ao capital natural, humano e social; atribuir valor à biodiversidade e aos serviços dos ecossistemas e deles fazer a base da "economia verde".


É um documento que, a cada parágrafo, provoca sustos e inquietações, ao traçar o panorama dramático que já vivemos em cada área e levar todo leitor a perguntar qual será o futuro de seus filhos e netos. "O atual sistema [no mundo] está falido", diz Bob Watson. "Está conduzindo a humanidade para um futuro que é de 3 a 5 graus Celsius mais quente do que já tivemos; e está eliminando o ambiente natural, do qual dependem nossa saúde, riqueza e consciência. (...) Não podemos presumir que a tecnologia virá a tempo para resolver; ao contrário, precisamos de soluções humanas".


"Temos um sonho", afirma o documento. "De um mundo sem pobreza e equitativo - um mundo que respeite os direitos humanos - um mundo de comportamento ético mais amplo com relação à pobreza e aos recursos naturais - um mundo ambientalmente, socialmente e economicamente sustentável, onde desafios como mudanças climáticas, perda da biodiversidade e iniquidade social tenham sido enfrentados com êxito. Esse é um sonho realizável, mas o atual sistema está profundamente ferido e nossos caminhos atuais não o tornarão realidade".


Segundo os cientistas, é urgente romper a relação entre produção e consumo, de um lado, e destruição ambiental, de outro: "Crescimento material sem limites num planeta com recursos naturais finitos e em geral frágeis será insustentável", ainda mais com subsídios prejudiciais em áreas como energia (US$ 1 trilhão/ano), transporte e agricultura - "que deveriam ser eliminados". A tese do documento é de que os custos ambientais e sociais deveriam ser internalizados em cada ação humana, cada projeto. Valores de bens e serviços dos ecossistemas precisam ser levados em conta na tomada de decisões. É algo na mesma direção das avaliações recentes de economistas e outros estudiosos, comentadas neste espaço, a respeito da finitude dos recursos naturais e da necessidade de recompor a vida econômica e social em função disso.


O balanço na área de energia é inquietador, com a dependência de combustíveis fósseis, danos para a saúde e as condições ambientais. Seria preciso proporcionar acesso universal de toda a população pobre aos formatos "limpos" e renováveis de energia - a transição para economia de "baixo carbono" -, assim como a formatos de captura e sepultamento de gases poluentes (ainda em avaliação). Como não caminhamos assim, as emissões de dióxido de carbono equivalente já chegam a 50 bilhões de toneladas anuais, com a atmosfera e os oceanos aumentando suas concentrações para 445 partes por milhão (ppm)- mais 2,5 ppm por ano, que desenham uma perspectiva de 750 ppm no fim do século. E com isso o aumento da temperatura poderá chegar a mais 5 graus Celsius.


Na área da biodiversidade, 15 dos 24 serviços de ecossistemas avaliados pelo Millenium Ecosystem Assessment estão em declínio - quando é preciso criar caminhos para atribuir valor à biodiversidade e seus serviços, base para uma "economia verde". Mas para isso será preciso ter novos formatos de governança em todos os níveis - hoje as avaliações cabem a estruturas políticas, sociais, econômicas, ambientais, separadas e competindo entre elas.


E para que tudo isso seja possível, dizem os cientistas, se desejamos tornar reais os nossos sonhos, "o momento é agora" - enfrentando a inércia do sistema socioeconômico e impedindo que sejam irreversíveis as consequências das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade. Se falharmos, vamos "empobrecer as atuais e as futuras gerações". Esquecendo que vivemos em "uma sociedade global infestada pela crença irracional de que a economia física pode crescer sempre, deslembrada de que os ricos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento se tornam mais ricos e os pobres são deixados para trás".



Não se trata de um manifesto de "ambientalistas", "xiitas" ou hippies. São palavras de dezenas dos mais conceituados cientistas do mundo, que advertem: "A demora [em mudar] é perigosa e seria um erro profundo". É preciso ler esse estudo (www.af-info.or.jp). Escutar. E dar consequências.

Matemática e a mulher transcendental, crônica de Sérgio Mascarenhas

JORNAL DA CIÊNCIA  -09-03-2012

Sérgio Mascarenhas é professor e coordenador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), presidente Honorário da SBPC e Membro Titular da ABC.

Comemorou-se no dia 8 de março o Dia Internacional da Mulher. Escrevo esta crônica inspirado na imagem feminina, símbolo máximo da evolução biológica. Não sei por que ainda o machismo de homo-sapiens-sapiens e não femina-sapiens-sapiens! Todos sabemos que o feto nasce feminino e somente numa certa fase ulterior há a transição para o sexo masculino. Isso nos deixa, nós machos, resquícios e vestígios evolutivos como os bicos dos seios inúteis! Pensar que a força muscular e o tamanho do corpo, necessários para a função de provedor do caçador, acabou por ser o elemento dominante sócio-econômico na relação dos sexos é para mim um dos paradoxos evolutivos. Mas parece que está sendo corrigido gradualmente na era do conhecimento.


Também não tenho dúvidas pessoalmente da superioridade cognitiva da mulher. Tamanho de cérebro não basta, a funcionalidade holística do complexo cerebral pode ser mais eficiente em funções superiores como decisões comportamentais envolvendo incertezas entre razão e emoção, por exemplo. Estamos na era das incertezas, dos sistemas complexos, das interações entre sistemas de sistemas, muitas vezes incoerentes e conflitantes. O grande Prêmio Nobel Ilya Prigogine mostrou que o tempo é irreversível e que os sistemas complexos levam a fenômenos emergentes espetaculares como transições de fase do caos para a organização em fenômenos que vão da física quântica à biologia e a própria teoria da evolução!


Não foi coincidência que algumas mulheres venceram essa odiosa barreira do machismo até hoje existente como a grande matemática grega Hipathia de Alexandria, infelizmente trucidada por um bispo cristão machista. Lembrando da matemática, me vem à minha memória a evolução dessa ciência que desejo usar para culminar com minha homenagem ao sexo feminino: a Matemática sofreu nos últimos dois séculos enormes transformações.


Sempre considerada como o reino da razão absoluta, isenta de incertezas, pura e sem mácula, começou a sofrer abalos quando Bertrand Russell, ao escrever com Alfred Whitehead a sua grande obra Principia Matemática, na qual procurava estruturar toda essa ciência através da teoria dos números e da lógica, deparou-se com terríveis paradoxos que chegaram a paralisar o seu intento por nove anos! Já se desconfiava desde Pitágoras e Euclides de algumas dificuldades e mesmo paradoxos com a própria geometria e teoria dos números e seus axiomas. Mas foi com Georg Cantor (russo-alemão) e G. Peano (italiano) que a situação conceitual realmente explodiu: a matemática dita pura era eivada de impurezas e paradoxos?


Uma das situações repousava no conceito de conjunto infinito: poderia um conjunto de quaisquer objetos ser infinito e ainda mais um seu sub-conjunto ser maior que ele? Criou-se o conceito de números transfionitos ou transcendentais: um dos números desta categoria é o famoso número pi. Este número estava ligado ao problema da quadratura do círculo, e Arquimedes talvez um dos maiores cientistas da era grega, foi o primeiro a calculá-lo aproximadamente com o seguinte raciocínio: a área de um triângulo era conhecida, subdividindo um polígono (figura de muitos lados) em triângulos componentes, poder-se-ia calcular sua área. Aproximando a área do círculo por poligonos inscritos (dentro) e circunscritos (fora do círculo), Arquimedes foi calculando as duas áreas que deveriam convergir para a área do círculo! Bastava ir aumentando os lados gradualmente. Com muito trabalho numérico Arquimedes chegou a um valor de pi aproximado entre 3,1408 e 3,1429 usando polígonos de 96 lados! Desde então, com os computadores houve uma verdadeira obsessão para o cálculo de pi, que sendo transcendental nunca vai ser exato! Em 2011, Kondo e Yee calcularam pi com trilhões de algarismos!


E agora o meu fecho a esta crônica: nunca vai se chegar à integral compreensão da mulher, como o PI, ela é transcendental!

quinta-feira, 8 de março de 2012

'Vamos precisar de cinco planetas Terra', diz Sha Zukang

Secretário-geral da ONU para conferência Rio+20 diz que turbulência financeira não é desculpa para ignorar crise ambiental.


Se países como Brasil, China e Índia resolverem copiar o estilo de vida dos países ricos, a conta não fecha. Seriam necessários cinco planetas Terra para atender a tamanha demanda. O diagnóstico foi feito pelo chinês Sha Zukang, secretário-geral da ONU para a Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que será realizada na cidade entre os dias 20 e 22 de junho. De passagem pelo Brasil para preparar a logística do encontro e participar de negociações com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, Sha deixou claro que "é urgente definir um conjunto de objetivos para garantir o sucesso da conferência". E admitiu: "Não podemos falhar".



O Globo: Qual é sua expectativa para a Rio+ 20, já que, no fim do mês, será realizado em Nova York mais um encontro para definir o documento da conferência?

Sha Zukang: Em janeiro último, definimos o "rascunho zero" do documento final da Rio+20. O prazo final para entrega das propostas foi no último dia 29 de fevereiro, mas ainda estamos esperando algumas contribuições. Só depois que recebermos todas as propostas dos países é que vamos começar as negociações. Estamos tendo muitas dificuldades nessas reuniões preparatórias. Está bem difícil chegar a um acordo. Depois de todas as reuniões preparatórias, teremos apenas 15 dias para fechar as negociações. A restrição de tempo é uma das nossas maiores dificuldades.



O Globo: O senhor acredita que a crise financeira internacional também é um empecilho?

Sha: Sem dúvida a situação internacional não é muito favorável, até porque ela está atingindo os países ricos. E são justamente esses países os que têm mais responsabilidades na discussão climática. E para piorar ainda mais a situação, esses países estão, nesse momento, preocupados com as eleições nos seus próprios países. E são justamente os países da zona do euro os maiores doadores. E como a transição para uma economia de baixo carbono necessita de recursos financeiros, temos um problema, porque os países que são grandes doadores estão em crise financeira. Tudo isso está dificultando bastante as negociações. Ainda assim, estou confiante.



O Globo: A situação do mundo do ponto de vista ambiental está se agravando?

Sha: Temos que reconhecer que a situação é urgente, até porque muitas das decisões tomadas há 20 anos, na Rio-92, ainda não foram implementadas. E, nessas duas últimas décadas, a situação só piorou, tanto do ponto de vista da produção como do ponto de vista do consumo. O atual padrão de produção e consumo não pode continuar. É uma questão de sobrevivência da humanidade. Se todos os países emergentes, como Brasil, China e Índia, por exemplo, decidirem copiar o estilo de vida dos países desenvolvidos, seria necessários cinco planetas Terra para atender a todo esses aumento de demanda. Hoje, temos sete bilhões de pessoas no mundo; em 2050, seremos nove bilhões. Os recursos naturais estão dando sinais de escassez, enquanto a população mundial não para de crescer. E ainda precisamos erradicar a pobreza no mundo.



O Globo: Logo, o que o senhor está dizendo, é que a conta não está fechando?

Sha: Existe uma grande responsabilidade. Vejo a Rio+20 como uma chance histórica de cuidar do desenvolvimento sustentável. Em vez de olharmos como uma questão de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, é um tema que une toda a humanidade. Não podemos falhar, temos que ter sucesso.



O Globo: Qual é o papel do Brasil nesse contexto?

Sha: O Brasil é um líder, e não digo isso apenas para agradar ao país anfitrião. É um país grande, com influência regional e global. E fez um trabalho tremendo em integrar os três pilares: social, econômico e ambiental. Há ótimas experiências em erradicação de pobreza sob a gestão do presidente Lula e do atual governo.



O Globo: O que se espera do resultado da Rio+20?

Sha: Devemos ser ambiciosos e muito práticos. Precisamos de objetivos. Claro que teremos palavras ao negociar, mas precisamos é de ação. A economia verde é o principal tema. Precisamos de um plano amplo, com etapas, opções de políticas e um conjunto de boas práticas. Também é interessante uma espécie de leve responsabilidade e um fórum que possa rever e acompanhar o que estiver em curso. É preciso de objetivos para medir quanto progresso estamos fazendo. Um conjunto de objetivos é absolutamente necessário. Outro ponto importante é o arcabouço institucional. Algumas propostas defendem uma espécie de conselho de desenvolvimento sustentável ou uma comissão.



O Globo: Por que a mudança climática não está na agenda da Rio+20?

Sha: Mudança climática é um tema sustentável. Quaisquer resultados que tenhamos vão certamente facilitar a questão da mudança climática e temos como o uso eficiente de energia. Tudo está relacionado. Não é verdade [que o assunto mudança climática não será tratado]. Mas a Rio+20 está tratando de um assunto muito mais amplo e maior do que a questão climática.



O Globo: O que é a economia verde?

Sha: Temos um debate sobre a definição [do que é economia verde]. Não há uma definição clara. Pessoas diferentes têm visões diferentes. Mas certamente concordamos que [economia verde] não é um substituto para desenvolvimento sustentável, não deve levar ao protecionismo nem gerar condicionalidades para ajudas. A economia verde pode permitir a criação de postos de trabalho e tem o potencial de integrar os três pilares: econômico, social e ambiental. Mas a verdade é que atualmente muitos países praticam a economia verde. No meu país (China), fizemos uma legislação específica. Até países africanos são exemplos.



O Globo: Diante da atual situação internacional, podemos esperar que países doadores e instituições internacionais abram seus cofres?

Sha: A questão financeira é crítica para os países em desenvolvimento. Por que temos uma conferência sobre desenvolvimento sustentável? Porque não há sustentabilidade. Os países em desenvolvimento são o que podemos chamar de vítimas. Não estou culpando ninguém, mas nosso passado de desenvolvimento nos últimos 400 anos criou os problemas que enfrentamos hoje. Países em desenvolvimento não foram responsáveis por isso, eles estavam ocupados demais em encher seus estômagos. Já os países desenvolvidos têm responsabilidade de cumprir os compromissos já feitos, senão vão perder credibilidade. É por isso que dou ênfase à palavra implementação. Foi feito um compromisso há 20 anos. Não precisamos de mais palavras, mas de ações.



O Globo: Mas como esperar doações quando os países desenvolvidos estão em crise?

Sha: A maior parte dos países doadores está enfrentando problemas financeiros. Nós só podemos desejar que esses problemas acabem em breve ou muito rapidamente. Ficamos felizes, por exemplo, com o fato de os Estados Unidos estarem se recuperando. Mas a crise financeira é temporária, de curto prazo, enquanto o desenvolvimento sustentável é [uma questão] para o futuro, longo prazo. Não misturem. Os países desenvolvidos devem olhar à frente, com uma visão de longo prazo. Desenvolvidos ou em desenvolvimento, todos temos responsabilidades comuns. Deixe-me também enfatizar que a sustentabilidade deve ser uma responsabilidade do país. Nenhum país deve depender apenas da ajuda dos países desenvolvidos. Para alguns, alguma assistência será necessária para dar o pontapé ou acelerar o processo.



O Globo: Quais devem ser os pontos mais delicados do processo de negociação?

Sha: Como mencionei, o tempo deve ser a principal barreira. E há a questão da definição de economia verde, que não existe. Além disso, teremos que negociar algumas regras, que eventualmente vão restringir o comércio. Alguns objetivos podem afetar os países em desenvolvimento, que podem não ser capazes de atingir os critérios e perder mercado. Também terão que ter tecnologia, coisa que países pobres geralmente não têm. Nem possuem recursos para comprar. Essas são as preocupações. Não podemos ter objetivos ou critérios como uma fórmula que sirva para todos. O desenvolvimento sustentável deve ser apenas o começo, não um fim.



O Globo: O que é mais difícil para os países mudarem?

Sha: Os países desenvolvidos estão acostumados a um estilo de vida, então não é um trabalho simples mudar. Até para emergentes como China e Brasil não é fácil. O uso de energias renováveis, por exemplo, é muito bom. Vamos usar energia eólica, solar, hidrelétrica, nuclear. Mas elas são caras, quem vai pagar? Como atingir o equilíbrio entre usar a energia que vai reduzir a emissão de carbono, mas ao mesmo tempo ter energia suficiente para produzir comida? O importante, no entanto, é que transformem os desafios em oportunidades.

.JC e-mail 4449, de 06 de Março de 2012.

(O Globo)

Brasil entra no foco dos raios cósmicos

País se prepara para receber conferência em 2013, onde pesquisadores nacionais terão a oportunidade de discutir e expor seus trabalhos para colegas de vários países.
Todo mundo só fala em Copa do Mundo e Olimpíada, mas nem só de esporte vive o Brasil. O Rio de Janeiro sediará em julho do ano que vem a 33ª Conferência Internacional de Raios Cósmicos, importante evento da União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP, na sigla inglesa). Realizado a cada dois anos sob os auspícios da C4 (Comissão sobre Raios Cósmicos), ele irá reunir em sua próxima edição cerca de 1.500 especialistas de várias partes do mundo, para discutir o futuro das pesquisas com radiações de origem cósmica.


Toda a organização da conferência estará a cargo da equipe brasileira, composta por pesquisadores de excelente reputação no exterior. "Isso dará uma boa exposição dos cientistas brasileiros atuando na área", afirma Ronald Cintra Shellard, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e membro brasileiro da C4. Ele chefiará a conferência realizada no Brasil.


Os raios cósmicos são partículas com muita energia e que bombardeiam constantemente o planeta Terra. Seu estudo permite uma visão mais íntima da natureza das partículas, bem como a formação e evolução do Universo. Devido à complexidade e ao valor gasto na realização de experimentos, o estudo dos raios cósmicos tem demandado competências de vários países, trabalhando de forma conjunta e colaborativa.


Aliás, atualmente, um dos assuntos mais discutidos na comissão sobre raios cósmicos é a mudança do seu próprio nome, pois as ações dela têm abrangido não apenas os chamados raios cósmicos, mas também os raios gama de alta energia (compostos pelas mesmas partículas da luz comum, mas com energia muito acima da luz visível), neutrinos de origem extraterrestre e até mesmo a matéria escura, um dos grandes mistérios da Física atual. Discute-se a mudança do nome para "Comissão de Astropartículas", mas a definição terá de passar pela Assembleia Geral da IUPAP para poder entrar em vigor.


A comunidade de físicos brasileiros na IUPAP tem um perfil jovem, quando se compara às de outros países. Não na idade de seus membros, mas em sua tradição (são cerca de 70 anos apenas) e no vanguardismo de seus cientistas, que têm apontado visões variadas sobre os grandes temas discutidos nessa e em outras comissões.



Segundo Shellard, a comunidade de Física brasileira já tem um amadurecimento que permite contribuir para o debate dos grandes temas que afetam o futuro da Física como disciplina de inquirição intelectual. "O que nos falta ainda é autoconfiança, mas que virá com a experiência dos debates nestes fóruns", diz o físico. Shellard é um dos 11 brasileiros escolhidos como membros de comissões da IUPAP.
JC e-mail 4451, de 08 de Março de 2012.
(Ascom da SBF)