sábado, 31 de julho de 2010

Debate aborda desafios da formação de professores

JC e-mail 4064, de 30 de Julho de 2010.


Programas da Capes apoiam estudos que buscam soluções para o exercício da docência e para a rotina da sala de aula


Em mesa-redonda realizada nesta quarta-feira, 28 de julho, em Natal (RN), foram abordadas ações e desafios no âmbito de políticas públicas voltadas à formação de professores. O debate, direcionado inicialmente à educação física, tratou sobre a qualificação docente da educação básica em várias disciplinas.



O diretor de Educação Básica Presencial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), João Carlos Teatini, apresentou o Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor).



Teatini lembrou que a área de educação básica na Capes foi inserida no final de 2007, com a nova estrutura da instituição. "Na verdade houve uma retomada da missão original da Capes, quase 60 anos depois." A instituição foi originada no intuito de atuar numa visão sistêmica da educação das séries iniciais à pós-graduação.



Entre os principais desafios do Parfor relatados pelo diretor estão: cumprir as ofertas de cursos/vagas; minimizar evasão, garantindo apoio aos professores; criar modelos de cursos adequados aos professores em exercício; e promover inovação curricular e de projetos pedagógicos.



Para superar essas e outras questões, há programas da Capes que apóiam estudos que buscam soluções para o exercício da docência e para a rotina da sala de aula, entre eles o Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência), o Observatório da Educação e o Observatório da Educação Escolar Indígena.



Outro programa apresentado por Teatini foi o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), que dá oportunidade ao aluno, no início do curso de licenciatura, de ter contato com a profissão. "Não adianta apenas formar mais professores, mas sim professores num novo contexto".



O diretor ressaltou também que os avanços tecnológicos demandam mudanças no dia-a-dia da sala de aula. "É necessário aproximarmos, cada vez mais, a educação básica, da educação superior." Neste sentido, a Capes realizou em 2009, pela primeira vez, reunião conjunta dos conselhos técnico-científicos da Educação Superior (CTC-ES) e da Educação Básica (CTC-EB).



A mesa-redonda foi realizada dentro da programação da 62ª Reunião Anual da SBPC. O evento segue até sexta-feira, 30, no campus da UFRN. A Capes participa do evento com estande na EXPOT&C, onde é apresentado o Portal de Periódicos. Também está sendo realizado, durante a semana, o minicurso "Pesquisa bibliográfica: como usar o portal de mais de 22 mil periódicos da Capes".

(Assessoria de Imprensa da Capes)

Artigo de Washington Novaes sobre clima

JC e-mail 4064, de 30 de Julho de 2010.
23. A chave do clima nas mãos do Brasil, artigo de Washington Novaes

"Quem perder a corrida por energias renováveis comprometerá seu lugar na economia mundial"


Washington Novaes é jornalista. Artigo publicado em "O Estado de SP":



Por mais que se queira deixar de lado o tema, não se consegue. O agravamento quase diário dos "eventos climáticos extremos" e o impasse na área das negociações internacionais exigem que se volte à questão.



Vive-se um momento crítico, às vésperas de mais uma reunião preparatória (começo de abril, em Bonn, na Alemanha) da próxima assembleia da Convenção do Clima, esta programada para dezembro, no México. Cientistas de 27 países, que durante 15 meses se revezaram em expedições ao Ártico, informam que as previsões pessimistas para degelo até 2100 podem acontecer entre 2013 e 2030. A Organização Meteorológica Mundial avalia que os furacões, até o fim do século, serão menos frequentes, porém mais intensos (O Globo, 23/2). E o Sul-Sudeste e o Centro-Oeste brasileiros continuam às voltas com inundações frequentes, deslizamentos e mortes.



Mesmo com tudo isso, não se consegue avançar nas negociações. As comunicações feitas até o fim de janeiro à convenção pelos países, sobre suas metas (não compromissos) de redução de emissões, deixam claro que não se chegará à redução global mínima para impedir que a temperatura planetária suba mais do que 2 graus, o que terá consequências muito graves.



O embaixador chinês na convenção, Yu Qingtai, já deixou claro (Reuters, 25/2) que não será possível superar, este ano, as divergências entre os países industrializados, a China e os demais membros do bloco de emergentes (Índia, Brasil, África do Sul), juntando-se à opinião do secretário-geral da convenção, Yvo de Bôer, que, para complicar ainda mais as coisas, anunciou que em julho renunciará ao cargo e que não vê possibilidade de acordo antes de dois anos.



Quando se olha para os EUA, vê-se que o presidente Obama, para conseguir apoio do Congresso à sua política do clima, contraditoriamente assegura que permitirá mais explorações de petróleo e de gás no fundo do mar. E a Agência de Proteção Ambiental garante que ali só grandes fontes de emissões sofrerão limitações antes de 2013. As fontes menores, só em 2016.



Enquanto isso, avançam os prejuízos. As 3 mil maiores empresas do mundo geram custo de US$ 2,2 bilhões anuais com problemas ambientais, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). E o renomado consultor britânico para a área do clima Sir Nicholas Stern revê de novo seus cálculos e diz que enfrentar os problemas na área terá um custo anual de 2% do produto bruto mundial (US$ 1,2 trilhão), e não de 1%, como calculara.



Já a Agência Internacional de Energia (AIE) adverte que, sem acordo, as emissões de carbono tenderão a se elevar em 40% até 2030, porque a demanda por energia crescerá muito com a Índia tentando prover 400 milhões de pessoas que não têm energia - e fará isso recorrendo ao carvão -, enquanto a China urbanizará mais de 100 milhões de pessoas e ainda utilizará muito carvão. Com tudo isso, diz a AIE, a demanda mundial por petróleo continuará a subir (para 100 milhões de barris/dia) e o carvão passará de 42% para 44% do total.



Nessas condições, reacende-se a discussão que vem desde a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável, em 2002, em Johannesburgo: como superar o problema, se a Convenção do Clima exige consenso para qualquer decisão e este parece inalcançável, com as divergências entre países industrializados, emergentes, G-77, países insulares e nações mais pobres?



Naquele momento, chegou-se a pensar na criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, mas concluiu-se que ela enfrentaria os mesmos problemas da ONU. Agora, numa reunião em Bali, ministros de meio ambiente de 135 países decidiram (Reuters, 26/2) retomar esse tema e promover novos estudos, tomando como base o formato da Organização Mundial do Comércio (OMC).



Há quem pense que "só o mercado resolverá". Mas com que regras, que ninguém consegue explicitar, pois as divergências entre empresas não serão diferentes das que opõem países? Há quem creia num caminho baseado em acordos bilaterais ou multilaterais entre governos, mas o que se fará com as emissões dos que ficarem de fora? E ainda que se consigam acordos, como estendê-los a cada empresa e a cada pessoa? Se o caminho for a criação de uma taxa sobre as emissões de carbono, ela será paga no país da produção ou do consumo (os EUA consomem 35% da produção industrial chinesa e os países ricos detêm 80% do consumo total no mundo)?



Talvez a chave possa estar nas mãos do Brasil. Em 1997, quando se negociou o Protocolo de Kyoto, o Brasil apresentou proposta de que a contribuição de cada país para a redução de emissões deveria tomar por base suas emissões históricas e as emissões atuais. Considerados os dois números, verifica-se a que porcentagem dos gases poluentes acumulados na atmosfera (onde permanecem séculos) essas cifras correspondem.



Em seguida calcula-se em quanto essas emissões totais de um país respondem pelo aumento da temperatura planetária. Obtido esse número, ele deve ser transformado na porcentagem das emissões globais que caberá a cada país reduzir. Essa proposta brasileira foi aprovada, em princípio, com a recomendação de ser submetida a estudos mais aprofundados. Mas nada aconteceu desde então.



Mas pode ser o único caminho justo que leve todos os países a um acordo, porque cada um responderá pelo que fez e faz, proporcionalmente ao todo. E se poderá escapar ao poço sem fundo da discussão entre países industrializados e os demais, em que um lado argumenta com a responsabilidade de quem emitiu mais ao longo do tempo (industrializados) ou emite mais hoje (emergentes, principalmente). Mas, para avançar por esse caminho, o Brasil precisará superar a limitação que tem no âmbito da política externa, de manter em qualquer circunstância uma posição conjunta com o G-77 ou os outros emergentes.



Mas é uma oportunidade histórica e decisiva. Não se deve nem se pode perdê-la.

(O Estado de SP, 30/7)
http://www.cienciamao.if.usp.br/index.phphttp://www.cienciamao.if.usp.br/index.php



Dentre o material disponível, ao abrir a página clicar em livros e vídeos e escolher A ) O Univeso Mecânico -Conteúdo legal de Física para o EM em vídeo elaborado pela Caltech
B) Série Cosmos
c) Olhando para o céu

UNIVERSIDADE SÃO PAULO

http://www4.usp.br/index.php/homelink para http://www4.usp.br/index.php/home

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Videoteca - Instituto de Física

link para htpp://video.if.usp.br

Curso de Formação de Professores

Estão abertas as inscrições para o novo curso de Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio. Quem já fez um dos cursos, agora poderá optar por outro: RELATIVIDADE, LINHAS ESPECTRAIS ou PARTÍCULAS ELEMENTARES.

As inscrição se iniciarão no dia 06 de julho e encerrarão no dia 02 de agosto.

Divulguem o curso a seus colegas: há outras vagas disponíveis!

Inscrições e mais informações no site do LaPEF: http://www.lapef.fe.usp.br

fmccursoprof@gmail.com link para www.lapef.fe.usp.br

domingo, 25 de julho de 2010

A equação do futuro

A equação do futuro

A educação do amanhã substitui a padronização pela criatividade e troca o foco no currículo pela atenção ao aprendiz
24 de julho de 2010 | 15h 04
Flávia Tavares, de O Estado de S. Paulo

Evolução. No passado, aluno diferentes eram ensinados da mesma forma. Hoje, grande desafio é capitalizar a diversidade entre os estudantes
Ano após ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reprova o Brasil no quesito igualdade. O ranking das escolas com melhor desempenho reproduz o abismo da diferença entre a qualidade do ensino oferecido em instituições públicas e privadas. Assim, distancia ainda mais os alunos com a garantia de um futuro bem-sucedido nas universidades dos que engordarão a massa de trabalhadores com escolaridade limitada. O teste final que as avaliações da educação brasileira propõe é como resolver um problema antigo com soluções diferentes e inovadoras.
Para Andreas Schleicher, diretor de Programas de Análise e Indicadores em Educação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), os dados de verificações como o Enem podem sugerir alguns caminhos. Mas a resposta está mesmo na formulação de um novo modelo de educação, "menos centrado no currículo e mais no aprendiz". "Precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que os indivíduos aprendem de formas diferentes", diz o físico alemão.
Em entrevista por e-mail, Schleicher defende que, quanto mais autonomia a escola e os professores tiverem, maior será sua interação com os alunos. Além disso, os educadores terão de reinventar suas ferramentas para formar jovens preparados para problemas que nem sequer surgiram ainda. "No passado, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Nos dias de hoje, a escola precisa preparar os estudantes para profissões que não foram criadas e tecnologias que não foram inventadas." Schleicher faz ainda um alerta aos gestores de educação: "As nações que não têm bons fundamentos nunca pagaram um preço tão alto por essa deficiência".
Quais as razões para avaliarmos tanto os estudantes, com exames ao fim de cada nível de escolaridade? É para filtrar quem deve chegar ou não ao ensino superior?
O propósito das avaliações não é prioritariamente o de definir caminhos de entrada ou saída para os estudantes, mas sim o de identificar necessidades e melhorias no processo de ensino. Bons sistemas de avaliação reconhecem que um aprendizado de excelência abrange tanto o processo quanto seu conteúdo. O resultado dessas avaliações não produz apenas notas para as escolas, mas tenta fornecer uma compreensão abrangente sobre os estudantes e as estratégias conceituais que eles usam para resolver problemas.
O que mais se aproveita do resultado desses exames?
As verificações melhoram o aprendizado de alunos, professores, administradores de escolas e formuladores de políticas públicas. A partir delas, pode-se construir um quadro claro para atribuição de responsabilidades. Isso significa gerar informação que pode ser transformada em ação. Boas avaliações deixam professores mais conscientes de suas deficiências e isso normalmente resulta numa mudança de comportamento. Em vez de simplesmente selecionar e filtrar aqueles que parecem ser os alunos mais talentosos, escolas e professores competentes usam esses dados para distinguir os alunos extraordinários dos medianos, para estimular a capacidade individual.
Qual a importância desse estímulo?
É simples: as oportunidades para aqueles bem educados nunca foram tantas, mas também os indivíduos - e as nações - que não têm bons fundamentos nunca pagaram tão caro for essa deficiência. Na verdade, o preço econômico e social que as sociedades pagam por não educar bem a totalidade de suas crianças é muito mais alto do que seria o investimento na própria educação.
Números do Enem mostram que o Brasil ainda sustenta uma enorme diferença entre o ensino particular e o privado. Estamos investindo pouco em educação?
É importante analisar o contexto dos dados do Enem. Essa é outra lição que bons sistemas de avaliação nos dão: a comparação deve ser feita entre diferentes períodos da mesma escola, para se analisar quanto ela melhorou. O mesmo parâmetro é verdadeiro quando comparamos países. Não é possível comparar substancialmente países como Finlândia e Japão com o Brasil sem levar em conta o contexto socioeconômico. Na verdade, quando se considera esse pano de fundo, o Brasil está entre os mais bem-sucedidos em melhorar seu desempenho educacional e a igualdade. Sistemas educacionais sempre falam de igualdade e agora nós conseguimos medir seu sucesso nisso, na forma como as escolas conseguem moderar o impacto que o background social tem na educação.
O que países como Finlândia e Japão têm a nos ensinar?
Educação de alta qualidade existe em todo o mundo. Na América do Norte, o exemplo é o Canadá. Na Europa, a Finlândia. Na Ásia, temos Japão, Coreia do Sul e Cingapura. Eles são diferentes entre si, mas têm pontos em comum relevantes. Primeiramente, onde estudantes atuam num ambiente caracterizado pelas expectativas de um bom desempenho a relação com os professores melhora e o moral dos educadores aumenta. Muitos países mudaram suas prioridades, saindo do simples controle dos recursos e do currículo para um foco maior nos resultados do processo educacional. Isso tem direcionado esforços no sentido de uma articulação das expectativas que a sociedade tem e a tradução dessas expectativas em parâmetros e objetivos.
O que esses parâmetros determinam?
Eles ajudam a estabelecer conteúdos rigorosos e coerentes em todos os níveis de escolaridade; reduzem as diferenças de currículos entre esses níveis; diminuem a variação desses currículos de classe para classe; facilitam a coordenação de formuladores de políticas públicas; reduzem a desigualdade de currículos entre diferentes grupos socioeconômicos. Muitos sistemas somaram o desenvolvimento desses parâmetros a uma maior atribuição de responsabilidades à linha de frente do ensino, encorajando escolas a dar respostas assertivas aos problemas locais e ajudando escolas e professores a fazer isso de forma significativa.
Como dar essa autonomia a escolas e professores?
Parâmetros claros e específicos permitem acesso às melhores práticas profissionais nas escolas e ajuda os professores a expandir seu repertório de estratégias pedagógicas para personalizar o ensino para todos os alunos e adotar abordagens inovadoras. Os melhores sistemas educacionais do mundo escolhem as pessoas certas para se tornarem professores porque sabem que a qualidade de educação será proporcional à qualidade do corpo docente e porque a escolha errada desses profissionais pode resultar em 40 anos de ensino fraco. Países como a Finlândia e a Coreia do Sul recrutam seus professores entre os 10% dos que se formaram nos primeiros lugares.
E com relação às escolas?
Na maioria dos países exemplares as escolas se tornaram um ponto chave na reforma educacional, e elas são responsáveis pelos resultados que apresentam. Na Finlândia, por exemplo, o planejamento estratégico acontece em todos os níveis do sistema. Cada escola discute a visão nacional do assunto e, paralelamente, o que essa estratégia representam para ela. O mais impressionante nos ótimos resultados de países como Finlândia e Canadá não são apenas as altas médias de desempenho, mas o fato de eles conseguirem que todos os estudantes e as escolas alcancem essa média. A eventual intervenção e apoio nas escolas não é a aplicação de ideias pré-concebidas - ao contrário, trata-se de diagnosticar problemas em cada escola e desenvolver soluções personalizadas. Também se trata de garantir que as escolas que encaram os maiores desafios tenham acesso aos professores e diretores mais talentosos.
Ou seja, profissionais do ensino têm mais responsabilidades.
Exato. Em todos os países que se saíram bem no Pisa, é responsabilidade das escolas e dos professores se engajar na diversidade de interesses dos estudantes, em suas capacidades diferenciadas e em seus diversos contextos socioeconômicos, sem a alternativa de fazer o aluno repetir de ano ou se transferir para uma escola menos exigente - atalhos normalmente usados em países com desempenhos ruins, onde os diretores de escola e professores podem enganar a si próprios dizendo que fizeram a coisa certa, mas têm os alunos errados.
Como a tecnologia está transformando os antigos modelos de ensino?
Uma palavra-chave para o uso da tecnologia na educação costumava ser o aprendizado "interativo". Agora, ele precisa ser "participativo". E, embora a educação a distância seja uma peça importante da educação no futuro, o ensino permanecerá uma experiência humana. Nas gerações passadas, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Hoje, a escola precisa preparar os estudantes para mudanças econômicas e sociais mais rápidas do que nunca, para profissões e tecnologias que não foram inventadas e problemas que ainda não sabemos se surgirão. Como podemos criar uma cultura de educação para a vida inteira e para todas as áreas da vida que atinja a todos? O dilema dos educadores é que as habilidades cognitivas rotineiras, aquelas fáceis de ensinar e de avaliar, são também as mais facilmente digitalizadas, automatizadas e terceirizadas. O sucesso em educação não é mais a reprodução de conteúdo e conhecimento, mas é a capacidade de aplicar esse conhecimento em situações inéditas.
Dê um exemplo.
A questão não é se o ensino da matemática deveria ser mais ou menos rigoroso. O desafio é garantir que a matemática não se restrinja a um mundo de equações e teoremas, mas se transforme numa linguagem que permita aos alunos descrever, estruturar e compreender o mundo. O caminho até esse ponto é desafiador.
Estamos nos preparando para esse desafio? Qual seria o modelo de ensino ideal para o século 21?
Num sistema educacional antigo e burocrático, professores eram deixados sozinhos nas classes com uma receita do que ensinar. O modelo moderno estabelecerá objetivos ambiciosos, será mais claro sobre o que os estudantes devem se tornar capazes de fazer, atribuirá responsabilidades e arregimentará professores com ferramentas para ensinar seus alunos individualmente. A educação do passado se resumia a um conhecimento despejado, a do futuro é um conhecimento gerado por professores e estudantes. No passado, alunos diferentes eram ensinados da mesma forma. Hoje, o desafio é incluir a diversidade no ensino. O objetivo do passado era a padronização. Agora, é a criatividade, a personalização das experiências. O passado era centrado no currículo, o futuro é no aprendiz. Nós também precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que indivíduos aprendem de formas diferentes - inclusive, de formas diferentes ao longo de suas vidas.

Por um dia de felicidade

Por um dia de felicidade
Muitas escolas induzem os alunos a se preparar não para a vida, mas para comemorar a data em que saem os resultados dos exames vestibulares
24 de julho de 2010 | 15h 32

Quase 14 mil escolas privadas e públicas do País obtiveram média acima do equivalente a 5,0 no desempenho de seus alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Apenas algumas dezenas alcançaram nota igual ou superior a 7,0, inferior, porém, a 7,5. Na maioria, escolas privadas e caras. Tidas como o caminho seguro do êxito em exames vestibulares, suas notas estão apenas ligeiramente acima da nota mínima para aprovação em escolas superiores de países desenvolvidos, que é 7,0. Um número imenso de escolas igualmente privadas nem chegou a essa média.
Há nas médias divulgadas indicações para a compreensão dos problemas do nosso ensino médio. A primeira delas é a da problemática tendência de muitas escolas de se reduzirem à pobreza pedagógica de induzir crianças e adolescentes a passarem os melhores anos de suas vidas preparando-se para fazer o vestibular para o ensino superior. Em vez de se devotarem à preparação de seus alunos para a vida e para serem felizes, que é o que dá sentido à educação e à socialização dos imaturos, dedicam-se prioritariamente a prepará-los para um único dia de felicidade, o da divulgação dos resultados dos exames vestibulares. Inseguros quanto ao futuro dos filhos, os pais tornam-se cúmplices dessa deformação. Muitos desses alunos chegarão à universidade, até com as melhores notas de ingresso, mas não saberão nem o que fazer nela nem o que fazer com ela.
Nem se pode dizer que o melancólico êxito nessas médias mais altas expresse a apropriada formação de quem as obtém. Ficou evidente que escolas que preparam seus alunos para a reflexão criativa e para a competência interpretativa, que se mede no desempenho em redação e interpretação de textos, têm menos visibilidade na avaliação oficial. De certo modo, as notas escondem um desencontro entre ensino predominantemente de formação e ensino predominantemente de informação.
Matéria publicada em caderno especial deste jornal, aliás, mostra que as escolas da capital de São Paulo cujos alunos tiveram melhor desempenho são apenas 12% melhores do que as de desempenho menor, enquanto o preço das mensalidades é 254% maior. Os dados do Enem revelam que pagar mais não significa comprar melhor, até porque, em educação, comprar é pura ilusão.
Nem por isso ficam as escolas públicas justificadas no desempenho menor nessa avaliação nacional. Certamente, as escolas caríssimas, porque apresentam desempenho inferior ao que delas se espera, não servem de parâmetro para medir o que deveria ser a escola pública. A escola pública, entre nós, deveria ser o instrumento de uma revolução na educação, que nos trouxesse para os requisitos educacionais da sociedade moderna e seus valores referenciais, como a democracia, a liberdade, o conhecimento amplo e denso, a responsabilidade social de cada um.
Há fatores extraescolares nos resultados das diferentes escolas. O que nelas se consegue está também relacionado com o modo de vida da família do estudante. Escolas com melhor desempenho têm majoritariamente alunos de alta classe média, cujos pais são usuários dos equipamentos culturais disponíveis nos seus respectivos ambientes. Atividades complementares às da sala de aula, no acesso aos equipamentos culturais externos à escola, como museus, teatros, salas de concertos, excursões investigativas, poderiam dar ao estudante um apoio compensatório até melhor do que obtêm na própria família os alunos mais bem situados socialmente. O professor e o aluno de escolas públicas teriam que deixar de ser prisioneiros da sala de aula. Outra verificação recente mostra, ainda, que escolas de bom desempenho estão situadas em municípios menores, onde ainda há uma cultura comunitária, muito mais apreço pelo professor e maior integração entre a família e a escola. O que assegura a boa formação escolar é, pois, também o tradicionalismo de um mundo em que ainda são comunitários, e afetivos, os valores de referência da educação.
JOSÉ DE SOUZA MARTINS É PROFESSOR EMÉRITO DA FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DA USP E AUTOR, ENTRE OUTROS LIVROS, DE A APARIÇÃO DO DEMÔNIO NA FÁBRICA (EDITORA 34)

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

11/7/2006
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta.
A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Segundo Angela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos.
Nesse processamento do texto, tornam-se imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor: os linguísticos, que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor. Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual a compreensão do que se lê é alcançada, esses diversos tipos de conhecimento estão em interação. Logo, percebemos que a leitura é um processo interativo.
Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura, podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume. Conforme afirma Leonardo Boff,
cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto faz da leitura sempre um releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor.
A partir daí, podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor-texto. Já dissemos que ler é, acima de tudo, compreender. Para que isso aconteça, além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela, é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura. Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê, não apenas passivo. Quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas, seus preconceitos etc. É por isso que consegue ser tocado pela leitura.
Assim, o leitor mergulha no texto e se confunde com ele, em busca de seu sentido. Isso é o que afirma Roland Barthes, quando compara o leitor a uma aranha:
[...] o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido - nessa textura -, o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia.
Dessa forma, o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor; é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo. Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa. Por meio dela, além de adquirirmos mais conhecimentos e cultura - o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente -, experimentamos novas experiências, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos, já que ela nos leva à reflexão.
E refletir, sabemos, é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção. Quando movido por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais apto a estar no mundo, capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê, do sistema em que está inserido. Assim, tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas.
Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.
Há entretanto, uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida: o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo". Quando transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitados esses direitos, o leitor, da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vínculo indissociável. A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não deseja desprender-se.
Maria Carolina
Professora de Língua Portuguesa e Redação do Ensino Médio e Normal
Link para http://www.sampaonline.com.br

Site para obter informações para lazer nos fins de semana
link para http://www.chesscube.com
E para não dizer que não falei de flores , este é para relaxar para quem gosta de jogar xadrez.É gratuito e basta fazer o cadastro.Jogo on-line
Bom jogo
link para http://if.usp.br/gref/
link para http://ciencia.hsw.uol.com.br

sábado, 24 de julho de 2010

link para www.veja.com.br/acervodigital/home.aspx
link para www.futuro.usp.br
link para portal.mec.gov.br/tvescola

Astronomia e Astrofisica

Olá colegas

Tem material interessante no site abaixo da Divisão de Astrofísica DAS do INPE.

http://www.das.inpe.br/curso

1)Ao entrar no site no menu do lado esquerdo clique "programa do curso "

2)Na nova janela no menu cique "Material do curso "


Legal também é o blog http://astrofisicos.blogspot.com

abç
Mordechaj(Marcos)link para www.das.inpe.br/curso

CURSO NO INPE

Astronomia em Serra Negra

Notícias Sábado, 24 de julho de 2010

JC e-mail 4059, de 23 de Julho de 2010.
21. Cidade no Rio vira alvo de caçador de meteorito

Queda de rocha extraterrestre em Varre-Sai há cerca de um mês gera interesse de cientistas e de pessoas que querem lucrar com a descoberta
A pequena cidade de Varre-Sai, a 375 quilômetros do Rio, tornou-se destino de um tipo diferente de turistas , os caçadores de meteoritos.
Eles estão à procura de fragmentos de um objeto que caiu no município há um mês. Há duas semanas, um casal de bolivianos foi preso, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com três pedaços do meteorito. O prefeito Everardo Ferreira (PP) oferece bicicletas de recompensa aos estudantes que recuperarem partes da pedra.
"Queremos incentivar os alunos para que estudem a região, vivenciem esse achado tão importante para a cidade. Queremos também que o meteorito fique em Varre-Sai", afirmou Ferreira, que pretende criar um museu astronômico como forma de fomentar o turismo na região.
Varre-Sai entrou para a rota do comércio de meteoritos na noite de 19 de junho, quando o agricultor Germano da Silva Oliveira, de 62 anos, viu um rastro vermelho no céu e uma explosão. No dia seguinte, ele caminhou até um campo de plantação de mandioca e encontrou uma pedra acinzentada, com 600 gramas e 12 centímetros.
Levou para professores de uma escola municipal. Deu sorte. A professora Filomena Ridolphi, cadastrada na Olimpíada Brasileira de Astronomia, reconheceu a relevância do material.
O físico Marcelo de Oliveira Souza, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense e coordenador do Clube de Astronomia Louis Cruls, explica que há poucos registros de quedas de meteoro.
"O resgate é mais raro ainda. Os relatos de Oliveira são importantíssimos para entendermos a trajetória, como chegou à atmosfera. Cada meteorito pode trazer informações novas sobre a formação do Sistema Solar. Ficou milhões de anos vagando pelo universo", afirma. O último registro de meteoro a cair no Rio com posterior resgate é de 1869.
Souza e um grupo de pesquisadores também vasculharam a região, mas nada encontraram. Estima-se que haja um pedaço gigante, de cerca de 20 quilos. "Há um comércio mundial de meteorito. Alguns têm interesses científicos, outros compram apenas para especular", diz ele. Uma rocha como a que Oliveira encontrou valeria até R$ 18 mil e a rocha de 20 quilos, R$ 1 milhão.

(Clarissa Thomé)

(O Estado de SP, 23/7)
JC e-mail 4059, de 23 de Julho de 2010.
27. "Ciência Hoje On-line": Para ler e entender estrelas

Crônicas sobre física e astronomia permitem ao leitor saber mais sobre as perguntas que a ciência já respondeu. Elas estão no livro 'A busca pela compreensão cósmica', de nosso colunista, o físico Adilson de Oliveira


Entender estrelas costuma ser motivação tanto para cientistas quanto para poetas. O físico Adilson de Oliveira recorre a versos de Olavo Bilac para introduzir um capítulo sobre o assunto: "Pois só quem ama pode ter ouvido/ capaz de ouvir e de entender estrelas".



Pensando em tornar acessível ao público leigo não só o que se sabe sobre as estrelas, mas também sobre o cosmos e outros temas da física e da astronomia, Oliveira escreveu o livro A busca pela compreensão cósmica. A obra é uma compilação de crônicas escritas pelo autor ao longo dos últimos anos para a internet.





Leia a resenha completa na CH On-line, que tem conteúdo exclusivo atualizado diariamente: http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/para-ler-e-entender-estrelas

Curso de Capacitação de Física




Aula com o Professor Claudio