sábado, 22 de setembro de 2012
Pesquisadores do Universo
Programa pode ser visto, a partir do próximo sábado (22) e ao longo da semana, pela TV e pela internet.
A origem do universo sempre intrigou a humanidade. Na busca de respostas para os fenômenos da natureza quase sempre o inexplicável é atribuído a razões sobrenaturais. Mas para os debatedores deste programa - cientistas por opção e profissão - nada é mais natural que procurar explicações para o desconhecido. Ao examinar o Universo com o auxílio das mais avançadas tecnologias, eles questionam inclusive as teorias que já pareciam solidificadas, como a que atribuía a origem de tudo a uma grande explosão, o big bang. Comentam das mais recentes descobertas e explicam a expansão acelerada, que pode vir ser o fim de tudo.
Participantes - Jaime Fernando Villas da Rocha, doutor em astronomia, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional da Comissão de Ensino da Sociedade Astronômica Brasileira. Martin Makler, doutor em física na área de cosmologia, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Nelson Pinto Neto, doutor em física e pesquisador titular do CBPF, com pós-doutorado na Universidade Pierre et Marie Curie, na França. Maurício Ortiz Calvão, com pós-doutorado em física na Universidade California Berkeley, nos Estados Unidos, é professor da Universidade do Estado Rio de Janeiro (UFRJ).
Na TV Câmara de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 da TVA), às 13 horas dos domingos e 15 horas das segundas, com reprises durante a programação
- Na RTV Unicamp, da Universidade Estadual de Campinas (canal 10 da Net Campinas), às 15 horas dos sábados, 21 horas dos domingos, às 15 horas das terças e às 24 horas das quintas-feiras, além da internet (www.rtv.unicamp.br).
Ref: http://www.jornaldaciencia.org.br/
domingo, 26 de agosto de 2012
PORTAL DA USP
A USP lançou em maio um portal que já reúne 800 videoaulas, produzidas por seus professores, nas áreas de Exatas, Humanas e Biológicas. Os interessados podem assistir tanto a aulas isoladas como a disciplinas inteiras, mas sem direito a qualquer tipo de certificado. O Portal e-Aulas USP (www.eaulas.usp.br) foi inspirado em projetos semelhantes de universidades como Harvard,Princeton e MIT
http://www.eaulas.usp.br/portal/home
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
SPRACE - São Paulo Regional Analysis
O Estudo da Física de Altas Energias investiga os constituintes elementares da matéria e as interações fundamentais.Os membros do Sprace colabaram com alguns dos principais experimentos da àrea realizados em aceleradores de partículas como o HLC (Large Hadron Collider)ligado ao Cern ( Centro Europeu de Pesquisa Nuclear),na Suiça e o acelerador Tevatron ,do Laboratório Fermi, no EUA.
SPRACE tem um forte compromisso com o ensino pois é financiado pela FAPESP.
A primeira iniciativa foi elaborar um cartaz com informaões básicas sobre a constituição da matéria, nos níveis atômico e subatômico.O projeto ,lançado em 2008,chamava-se "Estrutura elementar da matéria:um cartaz em cada escola".
Este ano desenvolveu um game que tenta popularizar o assunto e aumentar o conhecimento de estudantes sobre a matéria.
O Físico Sérgio Novaes do IFT ( Instituto de Física Teórica) da Unesp,bolou um game sobre física de partícula.
Legal o jogo: partículas fundamentais da física são alvo de nave espacial nanométrica .É divertido , vc participa ao pilotar uma nave espacial e capturar com um canhão partículas subatômicas , levá-las a um laboratório para análise.Conforme vc vai jogando vai aprendendo inclusive a manusear o mouse para pilotar a nave e atirar com o canhão .
Clicando a tecla F1 vc segue as tarefas e vai se familiarizando com os
neutrinos,tau, muon ,leptron ...quarks.
Também é possível consultar a tabela periódica dos elementos,rever
conceitos de quantidade de movimento , e a lei da ação e reação
Vamos então ao jogo que esta disponível desde maio
http://www.sprace.org.br/SPRACE/sprace-game
domingo, 27 de maio de 2012
Rio+20: ONU lista 56 recomendações para um mundo sustentável
Documento apresentado
no Rio foi preparado por 22 especialistas convocados pelas Nações
Unidas.
A ONU lançou, na última sexta-feira (18), no Rio, a versão em português de um relatório com 56 recomendações para que o mundo avance em direção ao desenvolvimento sustentável. O documento, elaborado por 22 especialistas ao longo de um ano e meio, traz sugestões mais ousadas do que aquelas que devem ser acordadas na Rio+20, a conferência da ONU sobre o tema que ocorre em junho na cidade.
Entre as propostas estão o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a precificação do carbono, com a cobrança, por exemplo, de impostos sobre as emissões de gases do efeito estufa. Espera-se assim estimular a disseminação de tecnologias verdes. "É um relatório com frases e recomendações muito diretas", diz o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20.
Para ele, o documento final do encontro de cúpula da ONU deverá trazer formulações "mais sóbrias".
Outras medidas sugeridas são a criação de um fundo apoiado por governos, ONGs e empresas para garantir acesso universal à educação primária até 2015 e a inclusão dos temas consumo e desenvolvimento sustentáveis nos currículos escolares.
As recomendações são divididas em três grupos, de acordo com seus objetivos principais. O primeiro visa a capacitar as pessoas a fazerem escolhas sustentáveis; o segundo, a tornar a economia sustentável; e o terceiro, a fortalecer a governança institucional para o desenvolvimento sustentável.
"As pessoas participaram desse painel a título pessoal, ou seja, elas não estavam representando governos. Isso dá mais força [ao documento], porque o painel pode dizer certas coisas que não são consenso [entre os mais de 190 países da ONU]", diz Corrêa do Lago.
O coordenador do relatório, porém, disse esperar que as recomendações sejam levadas em consideração pelos negociadores da Rio+20. Janos Pasztor citou o estabelecimento de metas numéricas para o desenvolvimento sustentável como uma sugestão que pode ser adotada no curto prazo. O tema está em discussão na Rio+20.
A ex-primeira-ministra da Noruega Gro Brundtland, considerada "mãe" do conceito de desenvolvimento sustentável, participou da elaboração do relatório.
O documento completo pode ser acessado pelo link www.onu.org.br/docs/gsp-integra.pdf.
(Folha de São Paulo - 19/5)
A ONU lançou, na última sexta-feira (18), no Rio, a versão em português de um relatório com 56 recomendações para que o mundo avance em direção ao desenvolvimento sustentável. O documento, elaborado por 22 especialistas ao longo de um ano e meio, traz sugestões mais ousadas do que aquelas que devem ser acordadas na Rio+20, a conferência da ONU sobre o tema que ocorre em junho na cidade.
Entre as propostas estão o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e a precificação do carbono, com a cobrança, por exemplo, de impostos sobre as emissões de gases do efeito estufa. Espera-se assim estimular a disseminação de tecnologias verdes. "É um relatório com frases e recomendações muito diretas", diz o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20.
Para ele, o documento final do encontro de cúpula da ONU deverá trazer formulações "mais sóbrias".
Outras medidas sugeridas são a criação de um fundo apoiado por governos, ONGs e empresas para garantir acesso universal à educação primária até 2015 e a inclusão dos temas consumo e desenvolvimento sustentáveis nos currículos escolares.
As recomendações são divididas em três grupos, de acordo com seus objetivos principais. O primeiro visa a capacitar as pessoas a fazerem escolhas sustentáveis; o segundo, a tornar a economia sustentável; e o terceiro, a fortalecer a governança institucional para o desenvolvimento sustentável.
"As pessoas participaram desse painel a título pessoal, ou seja, elas não estavam representando governos. Isso dá mais força [ao documento], porque o painel pode dizer certas coisas que não são consenso [entre os mais de 190 países da ONU]", diz Corrêa do Lago.
O coordenador do relatório, porém, disse esperar que as recomendações sejam levadas em consideração pelos negociadores da Rio+20. Janos Pasztor citou o estabelecimento de metas numéricas para o desenvolvimento sustentável como uma sugestão que pode ser adotada no curto prazo. O tema está em discussão na Rio+20.
A ex-primeira-ministra da Noruega Gro Brundtland, considerada "mãe" do conceito de desenvolvimento sustentável, participou da elaboração do relatório.
O documento completo pode ser acessado pelo link www.onu.org.br/docs/gsp-integra.pdf.
(Folha de São Paulo - 19/5)
Tema em discussão - Energia nuclear e meio ambiente
JC e-mail 4501, de 21 de Maio de 2012.
A edição do jornal O Globo do dia 21 de maio de 2012 traz duas opiniões opostas sobre a relação entre energia nuclear e meio ambiente.
Equilíbrio, opinião do jornal
O desastre com os reatores de Fukushima, causado pelo terremoto e tsunami de março do ano passado, abalou a indústria nuclear, e muitos países, inclusive o próprio Japão, colocaram sob suspeição o uso de fonte nuclear para a produção de energia. Desdobramento compreensível, pois, no mínimo, era necessário entender o que provocara, nas minúcias técnicas, a perda de controle do complexo de usinas. Vários planos de expansão de geração termonuclear foram revistos no mundo, inclusive no Brasil, com a postergação de algumas unidades previstas para até 2020. Estabeleceu-se um novo prazo, para dez anos mais adiante (2030).
Em tempos de discussões sobre clima, Código Florestal e na contagem regressiva para a conferência da Rio+20, inevitável o assunto voltar ao debate. O Brasil conta com as duas usinas de Angra e constrói uma terceira, no mesmo local. O peso do parque de Angra é pequeno em termos nacionais, mas ajuda a sustentar o fornecimento ao Rio nas horas de pique.
O debate só faz sentido se considerar todos os aspectos envolvidos na questão. O meio ambiente, claro, é um deles, e dos mais importantes. Outro, a crescente necessidade de energia de um país dono de uma das sete maiores economias do planeta, e que pretende crescer a uma média anual de 5%. Para se ter uma ideia do que isso significa: a esta velocidade de expansão, o Brasil precisará, a cada ano, de uma quantidade adicional de energia equivalente a uma Belo Monte, hidrelétrica em construção no Rio Xingu.
Conhecido por ter um dos maiores potenciais de geração por hidrelétricas, a mais limpa fonte de energia, o Brasil costuma ser visto como um país sem maiores gargalos energéticos à frente. Não é tão simples assim.
Dos estimados 160 mil MW (ou 160 GW) deste potencial, metade já é explorada. Este número, isolado, alimenta otimismo. Porém, como as melhores alternativas de geração próximas ao mercado consumidor já são utilizadas (Sudeste, Sul), as melhores possibilidades de expansão do sistema de hidrelétricas estão distantes, ao Norte. Caso de Belo Monte.
Há problemas específicos nesta nova fronteira de produção de energia. Talvez o mais grave seja o ambiental. O licenciamento da usina do Xingu saiu em meio a conflitos e escaramuças sérias dentro da máquina burocrática. Tudo indica que a resistência política à exploração dos rios amazônicos será crescente. Há a alternativa de construção de usinas-plataformas: seriam construídas em clareiras, depois deixadas para trás, apenas com o pessoal necessário à operação das turbinas. Imita a exploração de petróleo no mar.
Seja como for, com o veto a grandes reservatórios, para evitar a inundação de grandes áreas - cuidado razoável -, as usinas no Norte não poderão utilizar todo o potencial de geração dos rios.
Como não faz qualquer sentido sequer pensar em conter o crescimento da economia de um país com enormes déficits sociais, a questão é saber quais serão as fontes alternativas de energia. Carvão e gás são poluidores, embora a tecnologia possa reduzir os danos. E são recursos finitos. A energia eólica é promissora, mas é difícil imaginar todo um parque industrial na dependência da relativa incerteza dos ventos.
A energia nuclear surge, então, como uma alternativa a não ser descartada. É preciso, de fato, entender o que houve no Japão (há confiáveis relatos de graves erros técnicos cometidos pelos japoneses). Mas não existe outra fonte energética tão promissora quanto a nuclear. Até do ponto de vista ambiental.
Irracionalidade, opinião de Ricardo Baitelo, doutor em planejamento energético e trabalha na campanha de clima e energia do Greenpeace, e de Sérgio Leitão, diretor da organização
A iniciativa do governo de adiar a construção de quatro reatores para depois de 2021, considerando a abundante oferta de energia eólica e hidrelétrica do País, abre espaço para o Brasil abandonar a opção nuclear. E deixa o Rio de Janeiro, o estado que mais depende desse tipo de energia, livre para exigir de Brasília fontes renováveis para movimentar a sua economia.
A geração nuclear contribui com 23% da energia consumida pelo estado. Este índice pode virar zero. A capacidade de geração energética de painéis espalhados por 5% da capital, por exemplo, supriria 100% da demanda fluminense. No Brasil como um todo, essa situação se repete: energia nuclear supre menos do que 2% de nossas necessidades, a um preço extorsivo se comparado às outras fontes de geração.
O próprio Ministério de Minas e Energia, em suas estimativas sobre o potencial de geração eólica do País, aponta para a insensatez de qualquer investimento em nuclear. Sozinhos, os ventos seriam capazes de produzir 143 gigawatts, dez vezes mais do que gera a usina hidrelétrica de Itaipu - a maior do Brasil.
O País estará entre os dez maiores produtores mundiais de energia eólica em 2013, e o custo de geração praticado no Brasil é o mais econômico do mundo. Anualmente, são contratados cerca de 2 mil MW, mais do que a capacidade instalada de Angra 1 e 2. Com tantos motivos para o governo investir em fontes renováveis de energia, insistir na construção de Angra 3 é igualmente um erro.
Angra 3 é um poço de problemas e indefinições. A segurança é preocupante. O projeto prevê uma parede para encapsular seu reator medindo apenas 60 centímetros. A da usina alemã que lhe serviu de modelo tem o dobro da espessura. Quanto à população no entorno, continua sem uma rota alternativa de fuga no caso de acidentes.
A readequação do projeto a novas medidas de segurança pós-Fukushima acrescentaria R$ 300 milhões ao valor total da obra, estimado em mais de R$ 10 bilhões. Por conta dessas e outras brechas no projeto de Angra 3, a Alemanha anunciou que não pretende liberar a Garantia Hermes, fiança que garantiria o financiamento de US$ 1,3 bilhão de bancos franceses para a construção da usina.
Enquanto o governo tenta descobrir como fechar a conta de Angra 3, o potencial energético da cana-de-açúcar, de 14 mil megawatts, está abandonado nos canaviais. E o governo força a construção de Angra 3, com tecnologia importada de países que hoje a desprezam.
A Alemanha decidiu desligar todos os seus reatores até 2022. Na França, o novo governo pretende reduzir a participação nuclear em sua matriz energética até 2025. Depois de Fukushima, o Japão reavaliou seus planos de expansão nuclear, desligou seus 54 reatores e estuda maneiras de manter esse status, com novos hábitos de consumo e uma matriz elétrica diversificada.
Fukushima trouxe duas lições para o Brasil. O país adiou o investimento em novas usinas nucleares e o ministro Edison Lobão parou de dizer que tinha planos de ver 50 mamutes radioativos construídos até 2050. É um alívio, mas pequeno. É em nossa capacidade de geração a partir de fontes renováveis que está o nosso futuro.
A edição do jornal O Globo do dia 21 de maio de 2012 traz duas opiniões opostas sobre a relação entre energia nuclear e meio ambiente.
Equilíbrio, opinião do jornal
O desastre com os reatores de Fukushima, causado pelo terremoto e tsunami de março do ano passado, abalou a indústria nuclear, e muitos países, inclusive o próprio Japão, colocaram sob suspeição o uso de fonte nuclear para a produção de energia. Desdobramento compreensível, pois, no mínimo, era necessário entender o que provocara, nas minúcias técnicas, a perda de controle do complexo de usinas. Vários planos de expansão de geração termonuclear foram revistos no mundo, inclusive no Brasil, com a postergação de algumas unidades previstas para até 2020. Estabeleceu-se um novo prazo, para dez anos mais adiante (2030).
Em tempos de discussões sobre clima, Código Florestal e na contagem regressiva para a conferência da Rio+20, inevitável o assunto voltar ao debate. O Brasil conta com as duas usinas de Angra e constrói uma terceira, no mesmo local. O peso do parque de Angra é pequeno em termos nacionais, mas ajuda a sustentar o fornecimento ao Rio nas horas de pique.
O debate só faz sentido se considerar todos os aspectos envolvidos na questão. O meio ambiente, claro, é um deles, e dos mais importantes. Outro, a crescente necessidade de energia de um país dono de uma das sete maiores economias do planeta, e que pretende crescer a uma média anual de 5%. Para se ter uma ideia do que isso significa: a esta velocidade de expansão, o Brasil precisará, a cada ano, de uma quantidade adicional de energia equivalente a uma Belo Monte, hidrelétrica em construção no Rio Xingu.
Conhecido por ter um dos maiores potenciais de geração por hidrelétricas, a mais limpa fonte de energia, o Brasil costuma ser visto como um país sem maiores gargalos energéticos à frente. Não é tão simples assim.
Dos estimados 160 mil MW (ou 160 GW) deste potencial, metade já é explorada. Este número, isolado, alimenta otimismo. Porém, como as melhores alternativas de geração próximas ao mercado consumidor já são utilizadas (Sudeste, Sul), as melhores possibilidades de expansão do sistema de hidrelétricas estão distantes, ao Norte. Caso de Belo Monte.
Há problemas específicos nesta nova fronteira de produção de energia. Talvez o mais grave seja o ambiental. O licenciamento da usina do Xingu saiu em meio a conflitos e escaramuças sérias dentro da máquina burocrática. Tudo indica que a resistência política à exploração dos rios amazônicos será crescente. Há a alternativa de construção de usinas-plataformas: seriam construídas em clareiras, depois deixadas para trás, apenas com o pessoal necessário à operação das turbinas. Imita a exploração de petróleo no mar.
Seja como for, com o veto a grandes reservatórios, para evitar a inundação de grandes áreas - cuidado razoável -, as usinas no Norte não poderão utilizar todo o potencial de geração dos rios.
Como não faz qualquer sentido sequer pensar em conter o crescimento da economia de um país com enormes déficits sociais, a questão é saber quais serão as fontes alternativas de energia. Carvão e gás são poluidores, embora a tecnologia possa reduzir os danos. E são recursos finitos. A energia eólica é promissora, mas é difícil imaginar todo um parque industrial na dependência da relativa incerteza dos ventos.
A energia nuclear surge, então, como uma alternativa a não ser descartada. É preciso, de fato, entender o que houve no Japão (há confiáveis relatos de graves erros técnicos cometidos pelos japoneses). Mas não existe outra fonte energética tão promissora quanto a nuclear. Até do ponto de vista ambiental.
Irracionalidade, opinião de Ricardo Baitelo, doutor em planejamento energético e trabalha na campanha de clima e energia do Greenpeace, e de Sérgio Leitão, diretor da organização
A iniciativa do governo de adiar a construção de quatro reatores para depois de 2021, considerando a abundante oferta de energia eólica e hidrelétrica do País, abre espaço para o Brasil abandonar a opção nuclear. E deixa o Rio de Janeiro, o estado que mais depende desse tipo de energia, livre para exigir de Brasília fontes renováveis para movimentar a sua economia.
A geração nuclear contribui com 23% da energia consumida pelo estado. Este índice pode virar zero. A capacidade de geração energética de painéis espalhados por 5% da capital, por exemplo, supriria 100% da demanda fluminense. No Brasil como um todo, essa situação se repete: energia nuclear supre menos do que 2% de nossas necessidades, a um preço extorsivo se comparado às outras fontes de geração.
O próprio Ministério de Minas e Energia, em suas estimativas sobre o potencial de geração eólica do País, aponta para a insensatez de qualquer investimento em nuclear. Sozinhos, os ventos seriam capazes de produzir 143 gigawatts, dez vezes mais do que gera a usina hidrelétrica de Itaipu - a maior do Brasil.
O País estará entre os dez maiores produtores mundiais de energia eólica em 2013, e o custo de geração praticado no Brasil é o mais econômico do mundo. Anualmente, são contratados cerca de 2 mil MW, mais do que a capacidade instalada de Angra 1 e 2. Com tantos motivos para o governo investir em fontes renováveis de energia, insistir na construção de Angra 3 é igualmente um erro.
Angra 3 é um poço de problemas e indefinições. A segurança é preocupante. O projeto prevê uma parede para encapsular seu reator medindo apenas 60 centímetros. A da usina alemã que lhe serviu de modelo tem o dobro da espessura. Quanto à população no entorno, continua sem uma rota alternativa de fuga no caso de acidentes.
A readequação do projeto a novas medidas de segurança pós-Fukushima acrescentaria R$ 300 milhões ao valor total da obra, estimado em mais de R$ 10 bilhões. Por conta dessas e outras brechas no projeto de Angra 3, a Alemanha anunciou que não pretende liberar a Garantia Hermes, fiança que garantiria o financiamento de US$ 1,3 bilhão de bancos franceses para a construção da usina.
Enquanto o governo tenta descobrir como fechar a conta de Angra 3, o potencial energético da cana-de-açúcar, de 14 mil megawatts, está abandonado nos canaviais. E o governo força a construção de Angra 3, com tecnologia importada de países que hoje a desprezam.
A Alemanha decidiu desligar todos os seus reatores até 2022. Na França, o novo governo pretende reduzir a participação nuclear em sua matriz energética até 2025. Depois de Fukushima, o Japão reavaliou seus planos de expansão nuclear, desligou seus 54 reatores e estuda maneiras de manter esse status, com novos hábitos de consumo e uma matriz elétrica diversificada.
Fukushima trouxe duas lições para o Brasil. O país adiou o investimento em novas usinas nucleares e o ministro Edison Lobão parou de dizer que tinha planos de ver 50 mamutes radioativos construídos até 2050. É um alívio, mas pequeno. É em nossa capacidade de geração a partir de fontes renováveis que está o nosso futuro.
Ciência é novo tema de concurso do Festival do Minuto
JC e-mail 4501, de 21 de Maio de 2012
As inscrições vão até o dia 27 de outubro.
Ciência. É só pensar no termo que já vem à cabeça um laboratório, um rato para experiências e um cientista maluco de avental branco? Pois ciência é muito mais do que essa visão estereotipada, já que nos deparamos com ela nas mínimas coisas do dia a dia - da lâmpada elétrica ao telefone celular, do banho quente aos tratamentos de saúde, da conservação ambiental ao uso da internet. Por isso, o termo pode trazer inúmeras ideias para criar belos vídeos de um minuto. É no que aposta o novo concurso do Festival do Minuto.
Mas, afinal, o que é ciência? Mesmo que sua definição seja bastante abrangente, podemos dizer que ciência é o resultado do esforço humano para aumentar o que se sabe sobre determinado assunto com base em um método científico, ou seja, na observação, no questionamento e no raciocínio lógico. É desse conhecimento que resultam boa parte das descobertas e das invenções. Em resumo, ciência também é resultado da nossa criatividade.
Por isso, para participar do festival, nada melhor do que deixar a imaginação fluir sobre qualquer ciência, seja ela exata, humana ou sobre a vida. Ciência da computação, engenharia, física, matemática, química, zootecnia, botânica, biologia, antropologia... E, como sempre, valem vídeos de 60 segundos em qualquer formato: filmes de animação, vídeos feitos com câmeras digitais, celular, ipad etc. O que vale, mais uma vez, é a criatividade. O concurso segue aberto a pessoas de todas as idades, com inscrições até o dia 27 de outubro.
Festival - O Festival do Minuto foi criado no Brasil, em 1991, e propõe a produção de vídeos com até um minuto de duração. É, hoje, o maior festival de vídeos da América Latina e também o mais democrático, já que aceita contribuições de amadores e profissionais, indistintamente. A partir do evento brasileiro, o Festival do Minuto se espalhou para mais de 50 países, cada um com dinâmica e formato próprios. O acervo do Minuto inclui vídeos de inúmeros realizadores que hoje são conhecidos pela produção de longas-metragens, como os diretores Fernando Meirelles (Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel), Beto Brant (O Invasor, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios) e Tata Amaral (Um Céu de Estrelas, Antônia).
Para saber mais, acesse www.festivaldominuto.com.br.
(Assessoria de Imprensa Festival do Minuto)
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