sábado, 24 de julho de 2010

Notícias Sábado, 24 de julho de 2010

JC e-mail 4059, de 23 de Julho de 2010.
21. Cidade no Rio vira alvo de caçador de meteorito

Queda de rocha extraterrestre em Varre-Sai há cerca de um mês gera interesse de cientistas e de pessoas que querem lucrar com a descoberta
A pequena cidade de Varre-Sai, a 375 quilômetros do Rio, tornou-se destino de um tipo diferente de turistas , os caçadores de meteoritos.
Eles estão à procura de fragmentos de um objeto que caiu no município há um mês. Há duas semanas, um casal de bolivianos foi preso, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com três pedaços do meteorito. O prefeito Everardo Ferreira (PP) oferece bicicletas de recompensa aos estudantes que recuperarem partes da pedra.
"Queremos incentivar os alunos para que estudem a região, vivenciem esse achado tão importante para a cidade. Queremos também que o meteorito fique em Varre-Sai", afirmou Ferreira, que pretende criar um museu astronômico como forma de fomentar o turismo na região.
Varre-Sai entrou para a rota do comércio de meteoritos na noite de 19 de junho, quando o agricultor Germano da Silva Oliveira, de 62 anos, viu um rastro vermelho no céu e uma explosão. No dia seguinte, ele caminhou até um campo de plantação de mandioca e encontrou uma pedra acinzentada, com 600 gramas e 12 centímetros.
Levou para professores de uma escola municipal. Deu sorte. A professora Filomena Ridolphi, cadastrada na Olimpíada Brasileira de Astronomia, reconheceu a relevância do material.
O físico Marcelo de Oliveira Souza, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense e coordenador do Clube de Astronomia Louis Cruls, explica que há poucos registros de quedas de meteoro.
"O resgate é mais raro ainda. Os relatos de Oliveira são importantíssimos para entendermos a trajetória, como chegou à atmosfera. Cada meteorito pode trazer informações novas sobre a formação do Sistema Solar. Ficou milhões de anos vagando pelo universo", afirma. O último registro de meteoro a cair no Rio com posterior resgate é de 1869.
Souza e um grupo de pesquisadores também vasculharam a região, mas nada encontraram. Estima-se que haja um pedaço gigante, de cerca de 20 quilos. "Há um comércio mundial de meteorito. Alguns têm interesses científicos, outros compram apenas para especular", diz ele. Uma rocha como a que Oliveira encontrou valeria até R$ 18 mil e a rocha de 20 quilos, R$ 1 milhão.

(Clarissa Thomé)

(O Estado de SP, 23/7)

Nenhum comentário:

Postar um comentário