sábado, 26 de janeiro de 2013

UEM está com inscrições abertas para especialização em Biotecnologia

UEM está com inscrições abertas para especialização em Biotecnologia O Departamento de Biologia Celular e Genética da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está com inscrições abertas para o curso de especialização em Biotecnologia. Com aulas teóricas e práticas, o curso é presencial e terá início no dia 23 de fevereiro. As inscrições vão até 20 de fevereiro. A proposta da especialização é atualizar e aprofundar conhecimentos na área de Biotecnologia, apresentando modernas ferramentas da Biologia Molecular aplicadas na agroindústria, saúde e meio ambiente, como a transgênese, análise de variabilidade de organismos, terapia gênica, genômica, clonagem, controle biológico, melhoramento animal assistido por marcadores moleculares, dentre outros. O formulário de inscrição está disponível no site do departamento, que depois de preenchido deve ser encaminhado, junto com a documentação exigida, para a secretaria do departamento. A entrega pode ser feita pessoalmente, no Bloco H-67, sala 16, ou enviado pelo correio. Outras informações pelos telefones (44) 3011-4680 e (44) 3011-4342. (Site da SETI do Paraná)

Unesp lança Agência de Notícias

Unesp lança Agência de Notícias Objetivo é servir como base de sugestão de pautas e fontes A Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) da Reitoria da Unesp oferece, a partir deste mês de janeiro, um novo serviço destinado a jornalistas: a Unesp Agência de Notícias, a Unan (www.unesp.br/agenciadenoticias). A Unan foi criada com o objetivo de difundir as principais atividades e pesquisas publicadas nos diversos veículos de comunicação da universidade e da grande imprensa, além de servir como uma base de sugestão de pautas e fontes. A Agência reúne os destaques do dia nos seguintes canais: Notícias: traz para o jornalista as principais matérias apresentadas no Portal Unesp, com pesquisas de ponta, eventos da universidade, atividades realizadas nos 24 câmpus, informações sobre o vestibular e concursos. Podcast: disponibiliza diariamente arquivos em áudio com pesquisas e opiniões de especialistas sobre os mais diversos assuntos tratados na imprensa diária. Releases: arquivo de todos os materiais encaminhados à imprensa pelas Assessorias de Comunicação da Reitoria e dos Câmpus. Destaques na mídia: espaço que reúne algumas das principais matérias publicadas sobre a Unesp em grandes veículos de comunicação. Minuto Unesp: informativo diário em áudio e vídeo sobre atividades da Universidade. Notas e comunicados: arquivo com todas as notas oficiais enviadas à imprensa. Vestibular: link direto com calendário e diversas informações do concurso. Ações: abriga atividades desenvolvidas e executadas pelas equipes de atendimento à imprensa da universidade, como coletivas e outros eventos. No ar!: A Rádio Unesp e TV Unesp podem ser acessadas ao vivo diretamente pelo site. Também há um link direto para acesso na íntegra a cada um dos veículos de comunicação criados e produzidos pela ACI: Revista Unesp Ciência, Jornal Unesp, Blog ACI, Podcast e Boletim Unesp Informa. Em breve, será lançado o chat online para que os jornalistas se comuniquem diretamente com a equipe de atendimento à imprensa da Reitoria. (Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp)

O Problema Energético do Brasil

O Problema Energético do Brasil - artigo de Gauss M. Cordeiro e Mariz Menezes* As principais fontes de energia no País são distribuídas da seguinte forma: energia hidráulica (74,3%), energia térmica (gás natural e carvão mineral) (7,0%), biomassa (bagaço de cana de açúcar) (5,1%), petróleo (2,8%), nuclear (2,7%), gás industrial (1,5%) e eólica (0,4%), sendo o restante (próximo a 6,2%) importado. Como se pode verificar desses dados, a matriz energética do País está completamente desbalanceada por conta da nossa elevada dependência da energia hidráulica, que apresenta um forte componente aleatório: a ocorrência de chuvas nas bacias que abastecem os reservatórios. Atualmente, nas 10 maiores usinas hidrelétricas em operação no Brasil, com exceção de Itaipu e Ilha Solteira, todas as demais têm níveis de reservatório baixos. Sempre a energia hidráulica foi dominante no Brasil, que é um dos países mais ricos do mundo em recursos hídricos. Por sua vez, a contribuição do carvão mineral (1,3%) é baixa, pois o País dispõe de poucas reservas e elas são de baixa qualidade. Mesmo com o crescimento pífio da economia em 2012, quase todas as termoelétricas brasileiras foram acionadas a plena carga em outubro por conta dos níveis baixos dos reservatórios, provocando assim a emissão de milhões de toneladas de gás carbônico. O desenvolvimento econômico brasileiro depende da diversificação da sua matriz energética que deve ser baseada em modelos estatísticos que levem em conta as incertezas de geração inerentes às diversas fontes de energia e ao risco da eventual escassez de algumas delas de modo compatível com as reservas disponíveis e, assim, evitando colapsos quando uma fonte de energia tem problemas de abastecimento. A economia brasileira não pode crescer dependendo fortemente da aleatoriedade das chuvas. O consumo de energia per capita no País ainda é muito pequeno, sendo imprescindível que dobre no curto prazo para promover o desenvolvimento sustentável. Para que isso ocorra, precisamos que todas as formas de energia no País cresçam, mesmo levando em conta seus aspectos positivos e negativos. Neste sentido, urge uma maior diversificação na utilização das fontes na matriz energética para suprir a grande defasagem que poderá se acentuar entre a demanda e a oferta de energia no Brasil na próxima década. No curto prazo, deve-se ampliar as térmicas e as fontes energéticas de biomassa, eólica e nuclear como formas complementares ao sistema hidráulico existente. O Governo Federal deve ainda aumentar a eficiência do uso da energia principalmente reduzindo as perdas - avaliadas em 9% -, implantando tecnologias energéticas inovadoras e investindo na geração de energia por meio de outras fontes alternativas (por exemplo, solar) para incorporar à matriz energética, evitando assim o risco de um grande racionamento no País. A periodicidade dos rios em termos de volume de águas sempre provocará temor em relação à confiabilidade do setor elétrico como um todo, acarretando uma situação de insegurança não só aos controladores como aos usuários finais do serviço. A lição que aprendemos por situações como esta deve servir para elaborar ações corretivas por meio de maiores investimentos em pesquisas e execuções de empreendimentos alternativos. O fato inusitado é que um dos recursos mais abundantes da natureza, a energia solar, quase não é citada nas discussões que se travam quando esse problema nos incomoda. *Gauss Cordeiro é professor titular da UFPE Mariz Menezes é engenheiro eletricista Nota da redação: O conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Anterior 9. Espaços de invenção e criação coletiva - artigo de Nelson Pretto* Próxima 11. Mortandade de peixes e lavouras secas nas represas do Nordeste -------------------------------------------------------------------------------- Índice de Noticías - imprimir - enviar - comentário

Químicos terão seu principal encontro científico em maio

Químicos terão seu principal encontro científico em maio Químicos terão seu principal encontro científico em maio Reunião Anual da SBQ receberá trabalhos até 03 de fevereiro A Sociedade Brasileira de Química, SBQ, realizará, de 25 a 28 de maio, em Águas de Lindóia (SP), sua 36ª Reunião Anual, que tem como tema "Química Sem Fronteiras". O encontro reúne pesquisadores, educadores, alunos de graduação e pós-graduação daárea de química e de outras disciplinas, como a física, biologia, bioquímica, botânica efarmácia. Destaca-se como o principal evento de apresentação da produção científica brasileira no setor, contando tradicionalmente com a participação de cerca de 3000 profissionais e média de 1500 apresentações científicas. Os trabalhos cobrem diversos campos de estudo, entre os quais a pesquisa com fármacos, fontes alternativas deenergia, novos materiais, petroquímica e produtos naturais. O prazo para submissão de trabalhos científicos é até 03 de fevereiro de 2013. Veja aqui a programação. A escolha do tema "Química Sem Fronteiras" se dá em sintonia com o momento em que o país assinala como prioridade a busca da inovação como fator para impulsionar o desenvolvimento. "A Química, pela sua ampla presença nas atividades produtivas, tem papel fundamental nessa busca pela inovação. A reunião da SBQ mostra a diversidade e a riqueza do trabalho científico que vem sendo feito no país, e a possibilidade de integração da química com os diversos setores da economia e com as diferentes áreas do conhecimento", observa o presidente da 36ª Reunião Anual, Aldo Zarbin, da Universidade Federal do Paraná. O encontro deste ano relaciona em sua programação científica 16 conferências plenárias, 12 minicursos, 4 sessões temáticas, 18 sessões coordenadas, 10 workshops, 3 sessões de pôsteres, um simpósio e a conferência de abertura. Entre os conferencistas convidados estão pesquisadores da Argentina, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos França e Portugal. (Assessoria de Comunicação da SBQ) Reunião Anual da SBQ receberá trabalhos até 03 de fevereiro A Sociedade Brasileira de Química, SBQ, realizará, de 25 a 28 de maio, em Águas de Lindóia (SP), sua 36ª Reunião Anual, que tem como tema "Química Sem Fronteiras". O encontro reúne pesquisadores, educadores, alunos de graduação e pós-graduação daárea de química e de outras disciplinas, como a física, biologia, bioquímica, botânica efarmácia. Destaca-se como o principal evento de apresentação da produção científica brasileira no setor, contando tradicionalmente com a participação de cerca de 3000 profissionais e média de 1500 apresentações científicas. Os trabalhos cobrem diversos campos de estudo, entre os quais a pesquisa com fármacos, fontes alternativas deenergia, novos materiais, petroquímica e produtos naturais. O prazo para submissão de trabalhos científicos é até 03 de fevereiro de 2013. Veja aqui a programação. A escolha do tema "Química Sem Fronteiras" se dá em sintonia com o momento em que o país assinala como prioridade a busca da inovação como fator para impulsionar o desenvolvimento. "A Química, pela sua ampla presença nas atividades produtivas, tem papel fundamental nessa busca pela inovação. A reunião da SBQ mostra a diversidade e a riqueza do trabalho científico que vem sendo feito no país, e a possibilidade de integração da química com os diversos setores da economia e com as diferentes áreas do conhecimento", observa o presidente da 36ª Reunião Anual, Aldo Zarbin, da Universidade Federal do Paraná. O encontro deste ano relaciona em sua programação científica 16 conferências plenárias, 12 minicursos, 4 sessões temáticas, 18 sessões coordenadas, 10 workshops, 3 sessões de pôsteres, um simpósio e a conferência de abertura. Entre os conferencistas convidados estão pesquisadores da Argentina, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos França e Portugal. (Assessoria de Comunicação da SBQ)

Abertas as inscrições para 65ª Reunião Anual da SBPC

Estão abertas as inscrições para 65ª Reunião Anual da SBPC As inscrições para a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada em Recife, entre os dias 21 a 26 de julho, já estão abertas. Elas poderão ser feitas até o dia 28 de fevereiro com desconto, tanto por quem pretende submeter resumos de trabalhos para apresentação na Sessão de Pôsteres, como por aqueles que não vão fazer isso. As inscrições sem desconto poderão ser realizadas a partir do dia 1º de março e se encerrarão no dia 2 de abril para os primeiros, e em 10 de julho para os segundos, que, no entanto, depois dessa data, também poderão se inscrever durante a própria reunião. Todas as informações e orientações, bem como a ficha de inscrição, estão disponíveis no endereço eletrônico http://www.sbpcnet.org.br/recife/home/. Não é necessário, no entanto, se inscrever para participar da Reunião Anual da SPBC. Qualquer pessoa pode assistir às conferências encontros, sessões de pôsteres, atividades culturais (SBPC Cultural) e para estudantes do ensino básico (SBPC Jovem) e exposições (ExpoT&C). A inscrição é obrigatória apenas para quem deseja realizar minicursos oferecidos durante o evento. Ou então, para quem quiser uma (ou mais) das seguintes opções: programação impressa da Reunião, e-Atestado (eletrônico) de participação geral, submeter resumo de trabalho à análise (pelo menos um dos autores precisa efetuar a inscrição) e e-Atestado de minicurso. (Assessoria de Comunicação da SBPC)

Esperança de acordo sobre mudanças climáticas

JC e-mail 4653, de 25 de Janeiro de 2013. 2. Discurso de Obama renova esperança de acordo sobre mudanças climáticas Presidente dos EUA sinaliza que país poderá assumir compromissos de redução na emissão de gases do efeito estufa O destaque dado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, às mudanças climáticas em seu discurso de posse para o segundo mandato, esta semana, renovou as esperanças de uma mudança na postura do país nas negociações globais. Segundo especialistas, ao dedicar oito frases ao tema, mais do que a qualquer outro assunto, Obama sinalizou tanto para o público interno quanto o externo que os EUA estão dispostos a assumir compromissos de redução na emissão de gases causadores do efeito estufa, mais de 15 anos depois de assinarem, e nunca terem ratificado, o Protocolo de Kioto, até hoje primeiro e único acordo mundial do tipo. "Vamos responder à ameaça das mudanças climáticas, sabendo que fracassar nisso seria uma traição a nossos filhos e às futuras gerações", disse Obama. "Alguns ainda podem negar o julgamento da ciência, mas ninguém poderá evitar o impacto devastador de incêndios descontrolados, secas debilitantes e tempestades mais poderosas". - Existe uma paralisia histórica nas negociações e, se os EUA assumirem uma posição mais ativa, o cenário muda totalmente - avalia o ambientalista e consultor em sustentabilidade Fabio Feldmann. - Obama está preocupado com o legado que vai deixar para os EUA e para o mundo e, embora as questões dos imigrantes e dos gays tenham forte apelo interno, no cenário internacional a questão climática é a mais importante. Redução de emissões por decreto Segundo Feldmann, Obama deverá atacar o problema em duas frentes. Na doméstica, ele deverá usar decisão recente da Suprema Corte dos EUA, que reconheceu a autoridade da Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA, na sigla em inglês) para estabelecer padrões de eficiência energética e regular emissões que atravessam fronteiras estaduais, para evitar um enfrentamento com os conservadores no Congresso, que rejeitariam legislações neste sentido. Entre as medidas esperadas está a instituição de regras mais estritas para as usinas que usam carvão na geração de eletricidade, o que deverá estimular investimentos em fontes renováveis. E, assim como fez com a indústria automobilística no ano passado, a EPA deverá pressionar pela fabricação de eletrodomésticos mais eficientes no uso de energia. - Isso vai permitir que Obama, por meio da EPA, obrigue a redução das emissões como que por decreto - diz Feldmann. - Só o fato de ele poder fazer isso vai facilitar a negociação política no Congresso, para que ratifique um eventual acordo global. É um instrumento de barganha que ele não tinha até agora e está sinalizando que vai usar. Já no campo externo, Feldmann considera que a afirmação de que as mudanças climáticas são um fato comprovado cientificamente sinaliza que ficou para trás a atitude dos oito anos do governo republicano de George Bush, que dava voz e ouvidos aos céticos do clima. O economista Sergio Besserman, por sua vez, também elogiou o discurso de Obama, mas acha que ainda é muito cedo para afirmar que ele vai se traduzir em uma postura mais ativa nas negociações climáticas. - O que Obama disse é o que todo chefe de Estado minimamente informado sabe: de alguma forma, a ação humana está afetando o clima no planeta - comenta Besserman. - Mas quem acompanha o tema de perto sabe também, por meio de anos de pesquisas e relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), da gravidade da situação e que o tempo para manter o aquecimento global dentro de uma margem de segurança aceitável já passou. Os esforços voluntários que estão sendo feitos por várias nações, inclusive o Brasil, são bons, mas não têm sequer a chance de mudar o jogo. Besserman, no entanto, também lembra que Obama tem alguns fatores que estão agindo a seu favor, caso decida levar os EUA a terem uma posição de mais liderança nas conversas sobre o clima. Segundo ele, o boom na exploração do chamado gás de xisto está mudando a matriz energética do país, aproximando-o de uma independência da importação de combustíveis ao mesmo tempo em que ajuda a tirá-lo do abismo econômico. - Se este gás for usado para substituir outros combustíveis fósseis, como o carvão, gerando menos emissões, haverá coincidência entre o interesse econômico e uma postura mais agressiva nas negociações globais - avalia. - Num mundo com pouco tempo para chegar a um acordo, este é um passo de grande significado. Não existe negociação separada. Mudanças climáticas, autonomia energética e a saída da crise econômica caminham juntas, e Obama não foi tão firme levianamente. Ele sabe que tem por trás esta equação para apoiá-lo. (O Globo)

Ciência na corda bamba

JC e-mail 4651, de 23 de Janeiro de 2013. 12. Ciência na corda bamba - artigo de Flávio de Carvalho Serpa no Observatório da Imprensa O anúncio divulgado na sexta-feira (11/1) de que o The New York Times havia extinguido sua editoria de Meio Ambiente deixou ecólogos de todo planeta preocupados. Desde que foi criada, em 2009, a seção era considerada uma das mais profissionais e competentes por leitores em todo mundo. Era também uma das de maior reputação nos sites e serviços replicantes. Na selva da cobertura ambiental e climática tem de tudo (como em qualquer outra área jornalística), desde o simples terrorismo e alarmismo apocalíptico até os céticos que ignoram ou desdenham as mudanças climáticas. A seção de meio ambiente do NYT dava, sem dúvida, um selo de qualidade e sensatez aos assuntos que abordava. Ainda não está clara a consequência do desmonte da seção. Oficialmente nenhum jornalista vai ser demitido, apenas realocado em outras editorias. A direção do jornal diz que se trata de um "assunto puramente estrutural" (ver aqui). A justificativa, que até faz sentido, é a de que, quando foi criada, a editoria era para tratar o meio ambiente como uma área "singular e isolada", mas agora as notícias da área têm implicações "nos negócios, economia, saúde, nacional e local". A direção se justifica: "Elas [as notícias] são mais complexas. Precisamos de pessoas trabalhando em editorias diferentes que possam cobrir partes diferentes dos assuntos". Uma das intenções especuladas é que o jornal pretende tirar a notícia ambiental de uma espécie de "gueto verde", frequentado apenas pelos apaixonados e pelos militantes radicais, abrindo assim a penetração do assunto por outras editorias. Valor da experiência Na verdade a cobertura científica do meio ambiente e mudanças climáticas teve nos últimos anos um desempenho tão imprevisível quanto a temperatura do planeta. Em algumas áreas e publicações declinou, em outras melhorou e ampliou, conforme um amplo balanço divulgado no início deste anos por The Daily Climate. Que o conhecimento científico e tecnológico é o fator de maior impacto na vida futura das pessoas quase ninguém discute. Paradoxalmente, os meios de comunicação estão pautando suas ações na direção contrária, diminuindo drasticamente o espaço reservado para assuntos de Ciência e Tecnologia. Assim, editores e diretores tentam contrabalançar a sangria de recursos para a imprensa tradicional, que perdeu 40% das receitas na última década. Compreensivelmente, cortam custos nas áreas que eles acham menos estratégicas. O paradoxo é que aquela que seria a mais impactante área do conhecimento, a Ciência e Tecnologia, é a que mais drasticamente é atingida pelos cortes nas empresas de comunicação. Contra os 40% de queda na imprensa em geral, as seções de Ciência foram ceifadas em 80% - o dobro - desde 1989. Dos 95 jornais importantes que tinham cadernos semanais de Ciência e Tecnologia, 76 foram fechados, segundo levantamento da veterana repórter de ciências Cristine Russel feito para o Centro de Imprensa, Política e Políticas Públicas da Universidade Harvard. Algo semelhante ocorreu também nas redes de TV, inclusive na TV a cabo. Em 2008 a CNN desmantelou a sua editoria de Ciências, dissolvendo-a num balaio que passou a incluir medicina e meio ambiente, sobrecarregando os profissionais que restaram. Meses depois, a NBC tomou a mesma decisão. Mesmo antes disso a tendência já existia. O levantamento do Projeto para Excelência em Jornalismo, do Pew Research Center, feito em 2007, mostrava que em cada cinco horas das TVs a cabo havia mais de 26 minutos de crimes, 12 minutos de acidentes e desastres, 10 minutos de celebridades e migalhas de 1 minuto e 25 segundos de meio ambiente e, finalmente, 1 minuto de ciência. Mais recentemente, refletindo o aumento do interesse popular em assuntos ambientais, vários noticiosos da TV a cabo maquiaram sua aparência com rótulos verde (oGo Green da CNN) e de sustentabilidade, truque que muitas empresas de todos os tipos adotaram como tática de marketing, na maioria dos casos. Felizmente grandes jornais, como o The New York Times eWashington Post, não sucumbiram à tática suicida de cortar custos na qualidade e vão bem economicamente, graças às suas edições digitais. A seção de Ciências do New York Times, que não foi afetada pela recente reestruturação, exibe nada menos que 20 repórteres e redatores fixos, muitos deles veteranos especialistas, justamente aqueles que os jornais menos inteligentes adoram demitir ou trocar por jornalistas menos experientes e mais baratos. "Critérios" editoriais Jornais podem ganhar um fôlego provisório fazendo cortes imediatistas, mas no médio prazo perdem a qualidade - especialmente a qualidade dos leitores - sem garantias de que possam conquistar faixas mais amplas e simplórias de consumidores. Porém cada jornal ou publicação tem idiossincrasias que os tornam mais vulneráveis à perda de qualidade. Minha experiência pessoal no Estado de S.Paulo, como redator e editor na área de Ciência e Tecnologia, é de que o jornal dos Mesquita mergulhou numa espiral de descrédito gradativo ao longo de décadas, e não apenas com o surgimento da internet e outras publicações mais leves. Nas primeiras décadas do século passado, o Estado de S.Paulo podia se orgulhar de ter sido um dos únicos jornais do Hemisfério Sul a noticiar o aparecimento da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein. A família Mesquita foi também uma poderosa influência na criação da Universidade de São Paulo. Mas depois de 1964 as relações do jornal com a comunidade científica e acadêmica azedaram irreversivelmente. E não só politicamente. A família assumiu posturas rígidas e em alguns momentos até anti-intelectuais. De um jornal que no começo do século 20 noticiava Albert Einstein na primeira página, assisti ao dia em que o familiar no comando repreendeu por escrito uma jornalista de ciência, Ruth Helena Bellinghini, por causa de um artigo baseado no site da revista Nature. A matéria da Nature anunciava com destaque que um cientista brasileiro havia resolvido um paradoxo relativista: um submarino viajando a velocidade próxima à da luz ganha mais massa, e por isso afunda mais? O ranço anti-intelectual agravou depois do afastamento do então diretor de Redação, Antônio Pimenta Neves. Uma diretoria tosca colocada às pressas no lugar do assassino cometeu desmandos bizarros. OEstado de S.Paulo tornou-se o único jornal do planeta a demitir não um, mas dois jornalistas com cursos de especialização no Massachussets Institute of Technology (MIT) - Alessandro Greco e a Ruth Bellinghini. As causas das demissões foram mesquinhas e resultado da prepotência de uma diretoria anti-intelectual. Ruth já estava na mira por ter se recusado a escrever uma bizarra história sobre um médico australiano que afirmava que a masturbação evita o aparecimento do câncer de próstata. Ela alegou que o tal trabalho do médico não fora publicado em revista de ciência nem tinha revisão de pares (peer review). A matéria acabou sendo traduzida e publicada com destaque, "porque dava leitura". Já o Alessandro foi demitido por publicar um artigo sobre doenças do asbesto e amianto. A associação nacional dos fabricantes do cancerígeno reclamou diretamente com a diretoria e obteve a cabeça do jornalista. Flávio de Carvalho Serpa é jornalista
JC e-mail 4651, de 23 de Janeiro de 2013. 4. Escolas de tempo integral terão novo currículo - Agência Estado faz correções em relação a matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo e reproduzida pelo JC-email Mudanças nas instituições de ensino fundamental que não migraram para novo modelo incluem reforço de português e matemática As escolas de ensino fundamental de tempo integral do Estado de São Paulo vão passar por uma reformulação curricular. O objetivo é fortalecer o aprendizado de língua portuguesa e matemática. Diferentemente do que afirmava a reportagem publicada na edição desta terça-feira, 22, do jornal O Estado de S. Paulo, a nova diretriz não acaba com o ensino de ciências nos três primeiros anos do ciclo 1. As disciplinas já não constavam na grade nos últimos anos, mas, segundo a Secretaria de Educação, os temas são abordados nas outras aulas. A nova diretriz vale para as 297 unidades que já estavam no programa desde 2006 e exclui as 21 escolas que não migraram para o novo modelo de ensino integral - criado em 2012 para o ensino médio e estendido para o fundamental neste ano. Os alunos dessas escolas continuam com 15 aulas de língua portuguesa por semana no 1.º e 2.º anos (respondendo por 60% da carga semanal). O restante será ocupado por matemática, com 6 aulas (25% da carga semanal), e educação física/arte, com 4 aulas. No 3.º ano, sobe a carga de matemática (para 40% ) e cai a de língua portuguesa (para 35%). Só nos 4.º e 5.º anos os alunos passarão a aprender ciências, história e geografia, o equivalente a 7 aulas. A Secretaria de Educação argumenta que "o objetivo é tornar o currículo mais atraente". As alterações são resultado, segundo a pasta, de processo que começou em 2011 e contou com a colaboração de dirigentes e supervisores. Nos anos finais do fundamental (do 6.º ao 9.º ano), as disciplinas de ciências humanas (história e geografia) ganham mais aulas do que ocorria até o ano passado - matemática também teve reforço na carga total, que aumentou. A diretriz descreve agora dois modelos de carga horária, de 40 e 45 horas semanais. Além do currículo normal, estão previstas atividades complementares e oficinas. O governo quer que a nova diretriz promova uma integração maior entre disciplinas básicas e oficinas. Nesse último grupo, entram educação financeira e sexualidade e some, por exemplo, filosofia. No total, existem agora dez oficinas curriculares, que podem ser adotadas pelas escolas. As oficinas vão de atividades artísticas e esportivas, que já eram previstas anteriormente, às novas educação financeira, para o trânsito, étnico-raciais e direitos humanos. Nos anos iniciais, as escolas deverão ter pelo menos oito das dez oficinas e nos finais, pelo menos seis. Serão obrigatórias atividades de hora da leitura, produção de texto, experiências matemáticas e língua estrangeira - como já ocorria antes. Nos anos finais, também serão obrigatórias oficinas de orientação de estudos. O governo assegura que terá professores suficientes para atender às demandas, até para as oficinas mais específicas. "Há professores já formados e outros que deverão passar por formação", afirma a secretaria. (Agência Estado)