quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Unicamp cria curso para melhores alunos de escolas públicas

 O Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), órgão máximo deliberativo da instituição, aprovou na tarde desta quinta-feira (9) o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS)
O ProFIS é um curso e criará 120 novas vagas de graduação destinadas aos melhores alunos das 96 escolas públicas de ensino médio de Campinas. Os ingressantes serão selecionados segundo o desempenho obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado pelo Ministério da Educação.

O objetivo da iniciativa é oferecer a esses jovens, já a partir de 2011, uma formação sólida e abrangente. "Trata-se de um projeto piloto, mas de grande importância, visto que coloca uma nova possibilidade de curso e de ingresso na universidade", avaliou o reitor Fernando Ferreira Costa.

Ainda de acordo com o reitor, um dos méritos do ProFIS é enfrentar o problema da autoexclusão. A maioria dos estudantes das escolas públicas secundárias, explicou, sequer cogita participar do vestibular da Unicamp, por considerar que não teria chance de aprovação.

"Outro aspecto importante é que, embora estabeleça uma forma de entrada independente do vestibular, o ProFIS não abre mão do mérito acadêmico", lembrou. Fernando Costa também destacou que a proposta aprovada pelo Consu foi resultado de uma ampla discussão tanto no âmbito da administração central, quanto nos colegiados das unidades de ensino e pesquisa.

Trabalho para dar forma ao curso começa imediatamente

Para o pró-reitor de Graduação da Unicamp, Marcelo Knobel, a aprovação do ProFIS representa um desafio para a universidade. A exemplo do reitor, ele assinalou que a ação constitui uma quebra de paradigma, pois inova tanto na forma de ingresso dos estudantes quanto no modelo de curso a ser oferecido.
"Nossa expectativa é que alcancemos resultados muito positivos com essa experiência. A partir de manhã, já começaremos a trabalhar para dar formatação ao curso. Também vamos visitar as 96 escolas públicas de Campinas para divulgar amplamente o programa", adiantou. Segundo ele, o curso será continuamente avaliado, para que a instituição possa adotar eventuais ajustes ou correções de rumo.

A formulação da minuta do ProFIS demandou um ano de análises e pesquisas no âmbito da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), que constituiu um grupo de trabalho específico para tratar do tema. Em seguida, a proposta foi apresentada à comunidade universitária, que a discutiu nas mais variadas instâncias.

O pró-reitor visitou as unidades de ensino e pesquisa para debater a ideia. Criticas e sugestões foram apresentadas, o que contribuiu para a elaboração da matéria apresentada e aprovada pelo Consu. De acordo com essa deliberação, as 120 vagas oferecidas pelo curso serão destinadas aos melhores estudantes das 96 escolas públicas de ensino médio de Campinas.

Esses alunos ingressarão numa espécie de núcleo comum, onde receberão uma formação interdisciplinar aprofundada durante dois anos, em período integral. Pela manhã, eles deverão permanecer em sala de aula. À tarde, participarão de atividades extracurriculares, como projetos de iniciação científica e de cunho cultural.

Entre as disciplinas que deverão compor o currículo estão ética, matemática, física, química, português, biologia, filosofia, história da arte etc. Ao final dos dois anos, aqueles que apresentarem melhor desempenho terão vagas asseguradas nos cursos tradicionais da universidade, nos quais ingressarão no primeiro ano.

Caso não haja essa possibilidade, por conta da performance ou mesmo em razão da definição de outros projetos de vida por parte de alguns desses alunos, eles receberão um certificado referente à participação no programa. Estes poderão tanto se encaminhar para o mercado de trabalho quanto tentar uma vaga na carreira de sua preferência na própria Unicamp, através do vestibular, ou em outra instituição de ensino superior.
O reitor e o pró-reitor de Graduação da Unicamp observaram que o ProFIS trará um impacto mínimo ao orçamento da instituição. Caso a iniciativa seja exitosa, assinalaram Fernando Costa e Marcelo Knobel, a universidade fará esforços para que ela seja ampliada de forma responsável e em acordo com a excelência acadêmica que caracteriza os demais cursos mantidos pela instituição.

(Manuel Alves Filho, da Assessoria de Comunicação da Unicamp)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Brasileiros explicam estágio atual dos experimentos no Colisor de Hádrons

Megatúnel está esmiuçando partículas atômicas por meio de colisões. Em março, acelerador fez feixes de prótons trombarem a energia recorde


Os cientistas brasileiros que trabalham no super-acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons) estão animados com os resultados já obtidos, mas ressalvam que é preciso ter paciência e persistência para chegar ao anúncio das primeiras grandes descobertas científicas.

O maior experimento científico do mundo consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do Big Bang, que teria marcado o nascimento do universo, 13,7 bilhões de anos atrás.

O LHC, situado em um túnel subterrâneo circular de 27 quilômetros de extensão sob a fronteiro franco-suíça, começou a circular partículas em novembro de 2009 (depois de ser fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento). Em 30 de março deste ano, o LHC promoveu as primeiras supercolisões de partículas 'de laboratório' da história.

Pesquisadores do CMS, um dos detectores de partículas instalados ao longo do túnel, apresentaram no início deste mês, durante o 30º Congresso de Física de Colisões, na Alemanha, resultados que indicam a detecção do "quark top" pelo acelerador.

A partícula só havia sido "vista" nos Estados Unidos, por outro acelerador, o Fermilab. "Encontrar o quark top é simbólico. Este resultado é importante porque indica que os detectores estão funcionando corretamente, caso contrário não o encontraríamos", explica o físico André David, pesquisador da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês, a instituição responsável pelo LHC) e do Laboratório de Lisboa.

"O que procuramos aqui nunca foi visto antes, é como fazer tiro ao alvo sem o alvo, e resultados como esse indicam que estamos no caminho certo", diz o físico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Vitor Oguri. "Existe uma ansiedade por resultados, mas a quantidade de dados é muito grande e primeiro precisamos analisar todas as informações. E ainda refazer e melhorar a física e as medidas que foram feitas antes. A gente desconhece muito mais do que conhece. Mesmo as partículas que já foram detectadas por outros aceleradores, como o Fermilab, ainda não são totalmente conhecidas."

Os pesquisadores apontam outra característica do empreendimento: "Os trabalhos aqui são feitos em colaboração, às vezes um grupo se concentra em uma determinada parte, mas a análise física é bem distribuída. Assim, os resultados não podem ser individualizados, os resultados individuais são utilizados por todos", explica Wanda Prado, também da Uerj.

(Ana Luiza Sério)

(G1, 11/9)

Professores brasileiros fazem curso no Cern

O sonho de visitar o maior laboratório de física do mundo não só se tornou realidade como veio com uma grande oportunidade: a de fazer um curso na Escola de Professores no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, na Suíça

Dezenove professores brasileiros que lecionam física para o ensino médio, nas redes públicas e particulares, foram selecionados para fazer um curso sobre física de partículas no centro. Além de estudarem, eles devem conhecer o Grande Colisor de Hádrons (LHC), o acelerador de partículas do Cern.

O projeto é uma parceria entre a Sociedade Brasileira de Física (SBF) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Participaram da seleção para o curso mais de 200 professores brasileiros. Para se inscrever, todos tiveram de desenvolver projetos que objetivassem divulgar entre os alunos o aprendizado obtido na Suíça.

Para a professora Ana Luiza Pires, que dá aulas no Colégio Equipe e no Miguel de Cervantes, a aprovação no curso foi uma surpresa. "Qualquer físico reconhece a importância do Cern. Estou muito emocionada", afirma.
Maria da Glória Martini, do Colégio Móbile, considera o curso uma oportunidade única na carreira. "Aqui no Brasil não temos opções de cursos dessa grandeza. Tenho certeza de que todo esse aprendizado vai retornar para a sala de aula", diz.

A viagem para Genebra é a primeira vez em que a professora Gláucia Costa, há 24 anos na rede estadual de São Paulo, sai do país. "Eu me sinto recompensada por tudo que fiz até hoje", conta. "Vou reviver um pouco da física nuclear que vi na faculdade."



(Mariana Mandelli)



(O Estado de SP, 13/9)

20% sai do ensino médio com matemática de 4ª série

Um quinto dos alunos que terminam o ensino médio no Brasil não sabe em matemática nem o que se espera para um estudante do 5º ano (ou 4ª série) do fundamental. Apenas 11% têm conhecimento adequado para este nível de ensino na disciplina.

Para Mozart Neves Ramos, presidente do Todos Pela Educação, faltam professores com formação específica.


No caso dos estudantes com conhecimento abaixo do 5º ano, isso significa que fazem apenas operações básicas como soma e divisão. Ao se depararem com gráficos com mais de uma coluna ou na hora de converter medidas -como quilogramas em gramas- apresentam dificuldades.


Os dados foram obtidos pela Folha a partir da Prova Brasil e do Saeb, exames do Ministério da Educação que avaliam alunos de escolas públicas e particulares em matemática e português.

Entre todos os níveis analisados - a prova avalia alunos no 5º e 9º anos do fundamental, além da última série do médio -, o pior desempenho foi em matemática no 3º ano do antigo colegial.

Na comparação com 2005, o resultado de 2009 de alunos com nível adequado caiu de 13% para 11% . Se, ao final do ciclo básico escolar, os resultados são desanimadores, no início há sinais de mudança. Em matemática, aumentou de 20% para 33% o percentual de alunos com conhecimento adequado no 5º ano.

A divisão dos alunos em níveis adequados ou não é feita a partir dos resultados fornecidos pelo Inep (órgão do MEC responsável pelas avaliações), mas usando a escala do movimento Todos Pela Educação, que cobra do poder público metas a serem atingidas até 2022.

O MEC apenas informa a distribuição dos alunos em 14 níveis de aprendizado, sem utilizar termos como adequado ou avançado.

Mozart Neves Ramos, presidente do Todos Pela Educação, destaca que, em português, varia pouco o total de alunos com conhecimento adequado nos três níveis.

Já em matemática, o que se observa é uma queda brutal, com um percentual de 33% nos anos iniciais e de apenas 11% ao final do ensino médio com aprendizado adequado.

"O problema em matemática é que, no início, é mais fácil ensinar as operações básicas. Nos níveis seguintes, no entanto, a matéria fica muito mais complexa, e faltam professores com formação específica", diz Ramos.

Impacto da escola

Paula Louzano, pesquisadora com doutorado em Política Educacional pela Universidade Harvard (EUA), lembra que a análise do desempenho em matemática costuma refletir mais o impacto da escola, já que, em português, o conhecimento do aluno é mais influenciado pela escolaridade da família.

(Antônio Gois)



(Folha de SP, 13/9)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Educação no Brasil abaixo da média

Estudo da OCDE mostra desemprego maior para quem cursou ensino médio

Os indicadores de educação do Brasil ainda estão muito abaixo da média registrada pelos países desenvolvidos, o que prejudica o mercado de trabalho brasileiro, como mostrou estudo divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A pesquisa "Olhares sobre Educação 2010" aponta que mais da metade (51%) da população brasileira entre 25 e 64 anos ainda não tinha completado o ensino médio em 2008, enquanto na média dos 31 países ricos da OCDE a taxa é de 29%.

Além disso, a taxa de desemprego no Brasil é menor entre os adultos que não completaram o ensino médio que entre aqueles que já completaram este nível de ensino.

Em entrevista à BBC Brasil, o economista Etienne Albiser informou que o índice de desemprego entre os que não concluíram o segundo grau no Brasil é de 4,7%, enquanto a taxa dos que terminaram o curso é de 6,1%.

Os dados vão contra a tendência registrada entre os países desenvolvidos, como aponta o estudo. Em geral, a taxa de desemprego entre aqueles que cursaram o ensino médio é quatro pontos percentuais menor que os que não têm esta formação. E, segundo especialistas, o ensino médio é considerado o preparo mínimo para disputar uma vaga em um competitivo mercado de trabalho.

Segundo Albiser, a diferença no caso brasileiro está ligada à alta taxa de desemprego entre mulheres que concluíram o segundo grau e também à estrutura da economia brasileira, que teria mais necessidade de mão de obra menos qualificada.

Os números citados pela OCDE diferem dos dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE. Pela PME, a taxa de desemprego da população com onze anos ou mais de estudo - ou seja, com o ensino médio completo - era de 6,6% em julho.

No caso de quem tem entre oito e dez anos de estudo, a taxa é de 9,3%. O nível chega a 6,1% na população classificada entre sem instrução a oito anos de estudo. A taxa maior nas faixas mais instruídas ocorre porque representam parcela maior na força de trabalho no Brasil, já que quase metade da população ocupada no país tem pelo menos o ensino médio completo.

Organização defende investimento em educação

A boa notícia é que o investimento em educação, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, conjunto dos bens e serviços produzidos no país ao longo de um ano), aumentou de 3,7% no período entre 1994 e 2000 para 5,2% em 2007, segundo a OCDE. A taxa, no entanto, ainda é inferior à média dos países ricos da OCDE, de 6,2%.

O Brasil também passou a dedicar um percentual maior de seu orçamento à educação. O nível subiu de 11,2% em 1995 para 16,1% em 2007.

Com o acirramento da concorrência no mercado de trabalho, a OCDE defende mais investimentos na qualidade de a educação, de maneira a garantir um crescimento econômico a longo prazo.

- Diante de uma recessão mundial que continua a pesar sobre o emprego, a educação constitui um investimento essencial para reagir às evoluções tecnológicas e demográficas que redesenham o mercado de trabalho - afirmou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, ao lançar o estudo em Paris.



(O Globo, 8/9)

Começa processo de construção do Centro de Lançamento de Alcântara (MA)

Em solenidade marcada para esta quinta-feira (9/9), às 11h, em Alcântara (MA), será lançada a pedra fundamental das obras de construção do centro de lançamento da binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS)

Participam do evento o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT), os diretores da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk, e do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA).

As autoridades também visitam as obras da nova Torre Móvel de Integração (TMI) e a nova Sala de Controle do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

As obras do sítio de lançamento da ACS devem começar ainda este ano. Atualmente, é feita a supressão vegetal nos 500 hectares do terreno que abrigará o complexo espacial. A expectativa da binacional é lançar o primeiro foguete Cyclone-4 em fevereiro de 2012.

A nova Torre Móvel é apontada como uma das plataformas mais modernas do mundo para veículos espaciais do porte do Veículo Lançador de Satélite (VLS). Com o término dos trabalhos de construção e montagem, começarão os testes funcionais com a utilização de um mock-up (maquete em escala real) do VLS.

Já a Sala de Controle (CCT), do CLA, foi modernizada para atender, principalmente, os requisitos para o lançamento do Cyclone-4.

As atividades de implantação do novo centro começaram em 2009, e incluíram, também, a modernização do Centro de Controle Avançado (Casamata) e mais 21 posições operacionais distribuídas pelo CLA, como radares, telemetria, tratamento de dados, meteorologia, subestações de energia, central telefônica, central elétrica, sistemas de comunicação por microondas, telecomando, prédios operacionais do Setor de Preparação e Lançamento, portarias, bombeiros, casa de apoio, etc.

Estão incluídos, ainda, na modernização a sala de segurança de voo, a sala de segurança de superfície, o auditório do CCT (ampliado de 50 para 70 posições), a sala data center, sala de gerenciamento de crise e sala de chaveamento. As obras custaram R$ 22,3 milhões.



(Assessoria de Comunicação do MCT)

Brasil vai ter centro para estudar ocorrência de vida fora da Terra

Ligado ao Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), centro será instalado em Valinhos, a 90 quilômetros de São Paulo

Um laboratório em Valinhos, a 90 quilômetros de São Paulo, investigará quais as chances de existir vida fora da Terra. O pós-doutorando Douglas Galante falou sobre o projeto no simpósio Frontiers of Science, realizado há uma semana em Itatiba, interior de São Paulo.

O encontro, que abordou temas tão diversos como neurociência e biocombustíveis, reuniu jovens cientistas da Inglaterra e do Brasil e marcou as comemorações pelo 350º aniversário da Royal Society, a mais antiga academia de ciências do mundo.

- Que perguntas a astrobiologia pretende responder?

A origem e a evolução da vida no universo, a existência da vida fora da Terra e o futuro da vida no nosso planeta.

- E como ela encontra respostas para essas perguntas?

Para responder à questão sobre a origem da vida, por exemplo, você precisa descobrir primeiro como foi a origem dos elementos químicos, a formação dos elementos pré-bióticos, o surgimento das células primitivas e o início dos mecanismos genéticos. São questões complexas. Por isso, a ideia da astrobiologia é reunir cientistas de várias áreas para chegar às respostas.

- Quais os esforços nesta área no país?

Estamos montando o Laboratório de Astrobiologia (AstroLab), em Valinhos, ligado ao Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP). Contaremos com o apoio de pesquisadores da UFRJ e do Instituto Oceanográfico da USP. Os equipamentos para o Laboratório de Microbiologia já chegaram. Em dois meses, deverá estar funcionando. A verba para construção das câmaras planetárias, que simularão as condições para a vida fora da Terra, já foi aprovada. A liberação e construção devem ocorrer nos próximos meses.

- É possível imaginar a vida sem carbono e água?


Na ficção científica, você encontra menções a formas alternativas de vida, como a vida baseada em silício, uma substância capaz de formar polímeros parecidos com os do carbono. Mas o silício, apesar de ser o segundo elemento mais versátil, permanece muito aquém do carbono. Você não conseguiria formar a variedade de compostos que acompanham a vida na Terra. Já o solvente, acredito que existam alternativas para a água. Talvez um solvente orgânico misturado com sal seja um bom substituto. Encontraram, por exemplo, metano e etano líquidos em Titã, um satélite natural de Saturno.

- Como vocês pretendem investigar a vida nos planetas fora do Sistema Solar, os exoplanetas?

Não será uma tarefa simples. Há cerca de 470 exoplanetas identificados até agora. Conhecemos suas massas e algo sobre suas órbitas. Mas não sabemos quase nada sobre suas propriedades físicas. Precisamos apontar nossos telescópios para os exoplanetas, captar sua luz, tirar um espectro dela e tentar descobrir assinaturas das moléculas que compõe sua atmosfera. Já conseguimos aplicar a técnica para gigantes gasosos, mas não para planetas rochosos como a Terra. Precisamos esperar a próxima geração de telescópios. Mesmo assim, será só o primeiro passo. Descobrir a presença de oxigênio em um exoplaneta não comprova a existência de formas de vida que realizam fotossíntese, por exemplo.



(Alexandre Gonçalves)



(O Estado de SP, 8/9)

OBMEP

Segunda fase da olimpíada terá as provas aplicadas no sábado


Estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio participam da edição de 2010 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep)

Estudantes da educação básica de todo o país participam no sábado, 11 de setembro, da segunda fase da 6ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A competição reunirá 862.994 alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio. A divulgação dos vencedores está prevista para 26 de novembro.

As provas serão aplicadas por fiscais em 8.474 centros, escolhidos pela coordenação da Obmep, a partir das 14h30 (horário de Brasília), com duração de três horas para todos os níveis de ensino. Nesse período, os participantes vão responder de seis a oito questões dissertativas. Ao fim da prova, devem apresentar ao fiscal os cálculos e o raciocínio que empregaram para solucionar os problemas.

Os testes estão divididos nos níveis um (estudantes do sexto e sétimo anos do ensino fundamental), dois (oitavo e nono anos do ensino fundamental) e três (qualquer série do ensino médio). A correção será feita por comitês compostos por professores de matemática contratados para esse fim. Desse grupo de alunos sairão os 500 ganhadores de medalhas de ouro, 900 de prata, 1,8 mil de bronze e até 30 mil candidatos a menção honrosa.

Parceria - Promovida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A competição deste ano recebeu 19,6 milhões de inscrições de alunos, que fizeram as provas da primeira etapa. Eles representaram 44,7 mil escolas dos 26 estados e do Distrito Federal.
Informações sobre os tipos de testes aplicados nas edições anteriores, documentos necessários e consulta aos locais de provas estão na página eletrônica da Obmep: http://www.obmep.org.br/



(Assessoria de Imprensa do MEC)

















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